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Para Lula, Ford não teve "responsabilidade social, após anos de incentivos fiscais"

Em carta de solidariedade aos trabalhadores, ex-presidente diz que montadora dá as costas a "pais e mães de família"

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva escreveu hoje (14) uma carta de apoio aos trabalhadores da unidade da Ford em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, que deverá ser desativada e vendida, segundo a direção da montadora. “Recebi com muita preocupação a decisão da empresa de não recuar e fechar milhares de postos de trabalho, sem a menor responsabilidade social, após anos de incentivos fiscais que beneficiaram sua operação em nosso país”, afirma Lula.

“A empresa, que deveria estar totalmente comprometida com o Brasil, agora dá as costas a quase 30 mil pais e mães de família que dependem de sua cadeia de produção”, afirma ainda o ex-presidente, preso desde 7 de abril de 2018 na sede da Polícia Federal em Curitiba.

A fábrica tem aproximadamente 4.330 funcionários, sendo 2.830 diretos e 1.500 terceirizados, mas há estimativas de que o fechamento poderia atingir perto de 30 mil pessoas, considerando toda a cadeia produtiva. A direção mundial da Ford informou os metalúrgicos sobre interessados na compra. 

“Hoje vemos os reflexos do retrocesso, de um governo que não se atenta ao dia a dia de seu povo e que não se movimenta em defesa dos trabalhadores”, afirma Lula, ao lembrar o período de seu governo, marcado por aumentos reais de salário (acima da inflação) e garantia de direitos.

“Os trabalhadores e trabalhadoras do ABC voltam a ter um papel decisivo em defesa dos direitos conquistados a duras penas, com suor e sangue de milhares de metalúrgicos e metalúrgicas que fizeram parte de nossa resistência histórica. Seguimos juntos por um Brasil soberano e com justiça social”, diz Lula.

Edição: Rede Brasil Atual