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Artigo | Abuso sexual infantil: um problema a ser falado

Uma das principais formas para a prevenção da problemática é a educação sexual e o diálogo

Brasil de Fato | João Pessoa (PB) |
A articulista Letícia Bailão chama a atenção para os sinais que as crianças e adolescentes dão nos casos de violência e abuso sexuais.
A articulista Letícia Bailão chama a atenção para os sinais que as crianças e adolescentes dão nos casos de violência e abuso sexuais. - Arquivo Pessoal

Paulo Freire afirmava que a “educação não transforma o mundo, a educação transforma as pessoas e são as pessoas que transformam o mundo”. Assim, a escola é um espaço vital no processo de transformação social, ao mesmo tempo que sofre interferências da sociedade em que está inserida.

Infelizmente, momentos lamentáveis e trágicos como os que ocorreram essa semana no Brasil, referente à violência nas escolas, como o massacre na cidade de Suzano-SP e a notícia de abuso sexual, cometida contra crianças, ocorrida em João Pessoa-PB dentro do ambiente escolar são os que conseguem trazer ao centro do nosso dia a dia corrido reflexões e tomada de consciência a respeito do nosso fazer enquanto profissionais da educação e enquanto cidadãos. 

Abuso sexual é a situação em que a criança e/ou adolescente é usado para o prazer sexual de uma pessoa mais velha. Ou seja, qualquer ação de interesse sexual, consumado ou não, seja pela força ou outra forma de coerção, ao envolver crianças/adolescentes em atividades sexuais impróprias à sua idade, ou ao seu desenvolvimento físico, psicológico e social, e principalmente, contra a vontade da pessoa! Geralmente o abusador é uma pessoa próxima da vítima, parente ou amigo da família.

Especialistas em saúde mental e educadores orientam a observar mudanças bruscas de comportamento de crianças e adolescentes. Por exemplo: Se uma pessoa era brincalhona, gostava de conversar e de repente, sem um motivo "aparente" tem uma mudança de comportamento, ou quando ocorre o contrário: quando a pessoa tem atitudes mais calmas, mais quietas e passa a agir de forma inquieta, agressiva ou a demonstrar comportamentos "sexualizados” impróprios para sua faixa etária, é motivo de atenção. É necessário tentar conversar ou entender o que se passa com a criança. Pode-se usar recursos como livros didáticos que tratam do assunto, vídeos, ou buscar ajuda profissional.

Uma das principais formas para a prevenção de abusos sexuais é a educação sexual e transmitir informações acerca de cuidados com o próprio corpo, de reconhecer a diferença entre abuso sexual e carinho, informações referentes a quando pedir ajuda, onde procurar ajuda e outros temas relevantes acerca desse assunto, claro, sempre respeitando o nível de desenvolvimento psicológico e social das crianças e adolescentes.

* Psicóloga da Rede Federal de Educação.

Edição: Heloisa de Sousa