Congresso

Oposição soma 133 votos contra PEC da Previdência; líderes da maioria prometem vetos

Proposta do governo começou a ser analisada nesta terça (26) pela CCJC da Câmara dos Deputados

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Se passar pela CCJC, PEC da Previdência será votada na plenária da Câmara dos Deputados, onde precisa de 308 votos para ser aprovada
Se passar pela CCJC, PEC da Previdência será votada na plenária da Câmara dos Deputados, onde precisa de 308 votos para ser aprovada - Jonas Pereira | Agência Senado

A oposição ao governo Jair Bolsonaro (PSL) na Câmara dos Deputados anunciou nesta terça-feira (26) que vai votar contra a PEC da Previdência. Os votos contrários, do PDT, PT, PCdoB, PSB, PSOL e Rede, somam 133 no total. Para barrar a proposta, é preciso que pelo menos 205 parlamentares não votem a favor. 

No entanto, o objetivo dos oposicionistas é vetar a PEC ainda na primeira etapa, na Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados, onde começou a ser analisada nesta terça. O ministro da economia Paulo Guedes iria na participar da sessão, mas, durante a manhã, anunciou desistência. 

Se passar pela CCJC, a proposta ainda precisa ser aprovada por uma comissão especial que será criada para discutir o conteúdo do projeto. Em seguida, ela será avaliada no plenário da Câmara, onde precisa ter no mínimo 308 votos favoráveis para ser aprovada. O número corresponde a 60% dos 513 deputados. Se aprovada pela Câmara, a PEC será enviada ao Senado Federal e, caso aprovada também lá, retorna à Câmara de deputados para nova votação.

Líderes da maioria prometem vetos

Partidos que somam 278 parlamentares na Câmara dos Deputados também anunciaram nesta terça, em nota oficial, que vão alterar a proposta inicial do governo. São eles: MDB, SD, PTB, PRB, PR e também o DEM, partido do presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Segundo o anúncio, assinado pelos líderes dos partidos, a decisão foi tomada depois de consulta às bancadas. 

Na nota, eles afirmam que vão retirar da proposta as regras que atingem os "trabalhadores rurais e os beneficiários do programa de prestação continuada [BPC], que são pessoas com deficiência, e também aqueles com idade superior a 65 anos, que vivem em estado de reconhecida miserabilidade".

Outro ponto que será alterado, segundo o anúncio, é a desconstitucionalização do sistema previdenciário. De acordo com a proposta originária do governo, a Previdência poderia ser alterada por rito mais simples, pois retira da Constituição as regras para aposentadorias. 

Edição: Aline Carrijo