Investigação

Polícia prende suspeito do assassinato de Dilma Silva, militante do MAB no Pará

Fazendeiro Fernando Ferreira Rosa Filho é acusado de encomendar o crime; motivações ainda são investigadas

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Fernando Ferreira Rosa Filho, preso nesta terça (26)
Fernando Ferreira Rosa Filho, preso nesta terça (26) - Divulgação / Twitter Helder Barbalho

A Polícia Civil do Pará prendeu nesta terça-feira (26) o fazendeiro Fernando Ferreira Rosa Filho, conhecido como Fernando Shalom, identificado como mandante do assassinato de Dilma Ferreira Silva, de 48 anos, coordenadora do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) na região de Tucuruí (PA). Com ela, também foram assassinados na última quinta (21) o marido Claudionor Costa da Silva, 42, e Hilton Lopes, 38, amigo do casal. Os três foram amordaçados e executados com golpes de arma branca.

As motivações do crime ainda são investigadas pela polícia. As buscas foram intensificadas no fim de semana, depois que a três corpos carbonizados foram encontrados a 20 km do local do triplo homicídio -- levantou-se na região a suspeita de "queima de arquivo". 

Lideranças do MAB no Pará foram surpreendidas pela notícia da prisão enquanto se reuniam com o secretário de Segurança Pública e Defesa Social do Pará, Ualame Machado.

Dilma Silva é atingida pela hidrelétrica de Tucuruí, e em 2011 participou de uma audiência com a então presidenta Dilma Rousseff (PT). Na ocasião, a militante entregou um documento em que pedia uma política nacional de direitos para os atingidos por barragens, com atenção especial para as mulheres.

A usina hidrelétrica de Tucuruí, construída durante a ditadura militar, é a maior hidrelétrica considerada genuinamente nacional. Ela localiza-se no rio Tocantins, a 310 km da capital Belém (PA). Cerca de 32 mil pessoas foram deslocadas de suas moradias para construção da barragem, e há mais de 30 anos lutam para garantir direitos.

A notícia da prisão de Fernando Ferreira Rosa Filho foi comemorada pelo governador Helder Barbalho, que divulgou a informação em primeira mão em sua conta no Twitter.

O MAB divulgou uma breve nota sobre o tema na noite desta terça-feira, informando que "continua acompanhando as investigações e cobrando a elucidação do caso, bem como a punição de todos os envolvidos".

Em breve, mais informações.

Edição: Daniel Giovanaz