Minas Gerais

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Valores de Minas sofre ameaças de descontinuidade

Há 14 anos o programa oferece cursos livres para jovens em cinco áreas artísticas

Brasil de Fato | Belo Horizonte (MG) |
Anualmente, os cursos livres beneficiam cerca de 500 pessoas. Muitas saem de lá para trabalhar na área da educação e cidadania
Anualmente, os cursos livres beneficiam cerca de 500 pessoas. Muitas saem de lá para trabalhar na área da educação e cidadania - Foto: Omar Freire/Imprensa MG

O programa de educação artística do governo de Minas Gerais, Valores de Minas, realizou a pré-matrícula de 845 estudantes para cursos livres de 2019, porém não deu início às aulas devido à falta de repasse financeiro para o início das turmas. Em nota, a Secretaria Estadual de Educação afirmou que o Estado está revendo algumas prioridades e que estuda remodelar e reestruturar o programa a fim de diminuir seus custos. 
Criado em 2005 pelo governo de Minas Gerais, o Valores de Minas foi uma das primeiras políticas públicas de juventude do estado, voltada para a formação cidadã. A experiência foi construída a partir das reflexões sobre protagonismo juvenil, e incorpora uma metodologia diferente. O programa oferece cursos livres em cinco áreas: Artes Visuais, Circo, Dança, Música (Canto, Harmonia e Percussão) e Teatro. 
Até 2015, era ligado ao Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas) e executado através do Fundo da Infância e da Adolescência, via isenção fiscal e patrocínio de empresas privadas. Na troca da gestão de Antonio Anastasia (PSDB) para a de Fernando Pimentel (PT), o programa passou a ser vinculado à Secretaria de Estado de Educação e entrou para o orçamento anual do Estado, depois de muita mobilização dos estudantes.
A Lei Orçamentária Anual (LOA) de Minas Gerais prevê, quase todos os anos, um valor de aproximadamente R$ 7 milhões para despesas com o PlugMinas, programa no qual o Valores de Minas está inserido. Neste ano, apesar de a previsão se manter, é necessário que a secretaria disponibilize o recurso para realizar as compras dos vales-transporte e alimentação.
Os cursos oferecem vales-transporte e alimentação aos participantes. Esses dois direitos são garantias para o acesso de estudantes de periferias e da região metropolitana. Anualmente, os cursos livres beneficiam cerca de 500 pessoas. Muitos saem de lá para trabalhar na área da educação e cidadania. Jade Alves Pereira é um exemplo disso: ela fez teatro em 2010, hoje é produtora cultural. “Estive no Valores durante cinco anos, lá aprendi princípios, valores humanos para a lidar com as pessoas, respeitando as diferenças e me empoderando”, relata.
 

Edição: Joana Tavares