PROFISSÃO DE FÉ

Evangélicos do PT enviam carta ao povo e pedem democracia, igualdade e Lula livre

Documento partiu de 1º Encontro Nacional de Evangélicas e Evangélicos do Partido dos Trabalhadores

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
"Nos irmanamos a todas as companheiras e companheiros que, há um ano, fazem a Vigília Lula Livre, desde sua prisão injusta e sem provas"
"Nos irmanamos a todas as companheiras e companheiros que, há um ano, fazem a Vigília Lula Livre, desde sua prisão injusta e sem provas" - Ricardo Stuckert

Entre os dias 5 e 6 de abril, evangélicas e evangélicos do Partido dos Trabalhadores, das mais diversas denominações e das cinco regiões do País, se reuniram em São Paulo (SP) para o 1º Encontro de Evangélicas e Evangélicos do Partido das Trabalhadoras e dos Trabalhadores. Ao fim do encontro, divulgaram a “Carta às evangélicas e evangélicos e ao povo brasileiro: Pela Libertação do Presidente Lula, em defesa da Democracia e pelos direitos do povo trabalhador Brasileiro.”

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Ao longo do encontro, fizeram análises sobre a realidade nacional e pensaram sobre a conjuntura do país e do mundo. O documento, que defende o Estado Laico e a palavra de Jesus Cristo como oposta ao espírito autoritário, também conclama os evangélicos do país a se reunirem em torno da pauta Lula Livre, por considerarem injusta sua prisão.

“O fenômeno evangélico na atualidade encontra-se no epicentro da questão política, como uma das ferramentas religiosas que interpretam e justificam este sistema de exclusão. Nessa costura entre discurso religioso e político opostos à Palavra de Deus, apresentam-se os desafios sobre o papel das cristãs e cristãos e a nossa responsabilidade social de, como cidadãs e cidadãos, rever a nossa atuação  e compromisso com a sociedade, com o próximo e, principalmente, com os pobres do nosso país e do mundo”, analisa a nota.

Confira a íntegra da carta:

"Nós, Evangélicas e Evangélicos, militantes do Partido das Trabalhadoras e dos Trabalhadores, reunimos na cidade de São Paulo, nos dias 05 e 06 de abril de 2019, cerca de 100 pessoas das 5 regiões do Brasil e de diversas denominações para participar deste 1o Encontro Nacional, crendo no Deus de amor, justiça  e equidade, testemunhado no Evangelho libertador, inclusivo e pacificador de nosso Senhor Jesus Cristo.

Refletimos, a partir de nossas experiências de fé, a respeito da conjuntura brasileira. Em um primeiro momento, realizamos uma análise política, social e econômica. E a partir desta análise compreendemos que a atual situação brasileira é parte de um projeto político totalitarista mundial de poder dirigido pelos interesses dos ricos, de dominação econômica, do lucro, da exploração humana e destruição da criação de Deus, traduzido em um discurso enganador e antidemocrático que reafirma esta opressão, a violência e a desigualdade, opondo-se frontalmente aos princípios cristãos.

O fenômeno evangélico na atualidade encontra-se no epicentro da questão política, como uma das ferramentas religiosas que interpretam e justificam este sistema de exclusão. Nessa costura entre discurso religioso e político opostos à Palavra de Deus, apresentam-se os desafios sobre o papel das cristãs e cristãos e a nossa responsabilidade social de, como cidadãs e cidadãos, rever a nossa atuação  e compromisso com a sociedade, com o próximo e, principalmente, com os pobres do nosso país e do mundo.

Frente a isto, traçamos estratégias para contemplar parte dos grandes desafios apontados sobre a realidade. Afirmamos a defesa do Estado Laico e compreendemos que se torna necessário agir, para fortalecer espaços de atuação e formação de evangélicas e evangélicos, filiadas, filiados e simpatizantes ao PT; apoiar, participar e dialogar com movimentos sociais; criar espaços de acolhimento, inclusão e afeto para todas as pessoas em nossas igrejas, especialmente aquelas em sofrimento; e contribuir na construção de modos de leitura e de interpretação da Bíblia, a Palavra de Deus, que nos capacitem para atuarmos, conforme a sabedoria do Espírito e os ensinamentos de Cristo, desenvolvendo práticas libertárias, inclusivas e plurais em nossas comunidades de fé e no mundo.  

Reafirmamos nosso compromisso de fé e justiça. E nos irmanamos a todas as companheiras e companheiros que, há um ano, fazem a Vigília Lula Livre, desde a prisão injusta e sem provas do nosso companheiro, Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nos irmanamos a todas as organizações e movimentos sociais que compõem as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo e que estão na luta pela retomada da democracia no campo e na cidade, em favor da classe trabalhadora.

Conclamamos a todas as evangélicas e evangélicos a se integrarem e organizarem Comitês Lula Livre por todos os cantos de sua atuação, reunindo irmãs e irmãos e atuando em coletivos, associações, sindicatos, universidades, diretórios municipais, estaduais e distrital do nosso partido.

E, por fim, compreendemos que é tarefa das evangélicas e evangélicos petistas organizar núcleos nos municípios, estados, territórios e no Distrito Federal, realizar ciclos de debates, estudos bíblicos e reuniões de oração sobre a realidade, a defesa da democracia, pela liberdade de Lula e contra a reforma da Previdência.

Assim, sob a égide do Evangelho, que é libertador e amoroso e que foi encarnado em Jesus Cristo, reafirmamos a perspectiva da Graça e do Reino de Deus, que é “justiça, paz e alegria no Espírito Santo” (Rm 14:17).

São Paulo, 06 de abril de 2019

Participantes do 1o Encontro de Evangélicas e Evangélicos do Partido das Trabalhadoras e dos Trabalhadores".

Edição: Brasil de Fato