Justiça

Trabalhadores pedem R$ 10 milhões para cada morte causada pela Vale em Brumadinho

Ação coletiva é iniciativa de sindicatos que representam 880 funcionários e ex-funcionários da empresa na cidade

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Ação coletiva na Justiça do Trabalho reivindica um total de R$ 5 bilhões em indenizações por danos morais causados pela Vale
Ação coletiva na Justiça do Trabalho reivindica um total de R$ 5 bilhões em indenizações por danos morais causados pela Vale - Mauro Pimentel / AFP

Sindicatos que representam os trabalhadores diretos e terceirizados empregados pela Vale em Brumadinho (MG) ingressarão com ação coletiva na Justiça do Trabalho reivindicando que a companhia pague R$ 5 bilhões em indenizações por danos morais causados pelo rompimento da barragem Córrego do Feijão, dia 25 de janeiro deste ano.

Segundo informações da Agência Brasil, a ação coletiva faz referência não somente às 224 mortes já confirmadas pela Defesa Civil, mas também aos trabalhadores que sobreviveram. 

Citado pela agência, o advogado responsável pela ação, Maximiliano Garcez, explicou que a ação coletiva pede R$ 10 milhões em indenizações para os familiares de cada um dos mortos, R$ 1,5 milhão para sobreviventes e R$ 1 milhão para funcionários da Vale que não estavam no local no momento do acidente.

Em coletiva de imprensa realizada hoje mais cedo Garcez argumentou que “O valor da ação equivale a 1h20 de lucro da Vale. Então, não consideramos que isso é um valor exorbitante. É um valor bem razoável, tendo em vista a tragédia que aconteceu e todas as medidas que poderiam ter sido tomadas para que isso não acontecesse, e também o objetivo de que Brumadinho não se repita”.

“Nós também estamos requerendo que a Vale fique responsabilizada até que o último familiar da vítima faleça, nas próximas décadas, que se responsabilize por qualquer necessidade para mitigar o sofrimento dos familiares, seja com relação à saúde física, seja com relação à mental”, completou ele, em fala também noticiada pela Agência Brasil.

Ao todo esses sindicatos representam 200 funcionários terceirizados e 80 trabalhadores efetivos, mortos ou desaparecidos em decorrência do crime da Vale, assim como outros 600 que sobreviveram.

A ação é complementar a outro processo, impetrado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), que pede R$ 3,6 bilhões em indenizações. Em audiência com familiares das vítimas realizada hoje, o MPT orientou os presentes a não aceitarem propostas de acordo individual com a companhia. 

Junto do Movimento dos Atingidos por Barragens, os sindicatos também ingressaram com denúncia na Comissão Interamericana dos Direitos Humanos, instância da Organização dos Estados Americanos (OEA).

Em resposta ao anúncio da ação, a Vale respondeu apenas que “sempre esteve aberta ao diálogo com os sindicatos e que já participou de diversas reuniões com seus representantes. A Vale segue prestando assistência aos familiares dos empregados falecidos ou desaparecidos".

Edição: Aline Carrijo