Minas Gerais

Opinião

Editorial | Lobo em pele de ditador

Os mais pobres é que dependem do salário mínimo. Deixar de reajustá-lo acima da inflação é tirar de quem mais precisa

Brasil de Fato | Belo Horizonte (MG) |
O programa de enxugamento do Estado e dos direitos só agrava a crise
O programa de enxugamento do Estado e dos direitos só agrava a crise - Foto: Alan Santos

Não passa semana sem que os de cima sejam agraciados, e os de baixo sejam roubados. 
Bolsonaro anunciou nesta semana a venda de metade das refinarias da Petrobras. Um verdadeiro assalto ao patrimônio público. A Petrobras nasceu para servir ao povo brasileiro, mas desde o governo Temer está a serviço do mercado, apenas para gerar lucrou. Bolsonaro anunciou outras medidas absurdas. Uma delas foi o fechamento de centenas de conselhos de políticas públicas e participação social. Com isso, deixou claro: não acredita na participação popular. 
Outra medida recente foi enviar ao Congresso proposta que anula o ganho real do salário. A política de valorização do salário mínimo foi uma das principais medidas dos governos Lula e Dilma para distribuição de renda. São os mais pobres que vivem e dependem do salário mínimo. Deixar de reajustá-lo acima da inflação é tirar de quem mais precisa.
Toda história tem seu início
E quem se beneficia com isso? Os patrões, os mais ricos, a classe dominante. Medida após medida fica claro que o povo brasileiro elegeu em outubro de 2018 um representante das elites, dos banqueiros, dos interesses internacionais. E pior, ele nem teve que se vestir em pele de cordeiro. Desde sempre, Bolsonaro se mostrou contra a democracia, contra a participação, contra os trabalhadores, contra os direitos. 
E os absurdos se contam na casa dos segundos. Que triste momento vive o Brasil! Temos um presidente que encontra as portas fechadas por onde passa. Também na última semana o prefeito de Nova York chamou Bolsonaro de “perigoso”, “racista” e “homofóbico”. E um restaurante caríssimo disse “não” à recepção do inepto presidente. 
Toda história tem seu início. Há três anos Eduardo Cunha comandava o início do processo de impeachment de Dilma Rousseff. E de gângster em gângster, com Globo, STF, Forças Armadas, empresários, agronegócio, Lava Jato e demais instrumentos utilizados pela classe dominante na luta política, o Brasil segue afundando. 
Mas essa história terá fim. O programa deles, de enxugamento do Estado, dos direitos, arrocho para os pobres, só agrava a crise. O povo aprende na dor e não tarda o cipó de aroeira voltar para o lombo de quem mandou dar. 

Edição: Joana Tavares