Mineração

Quase três meses após crime de Brumadinho, Vale tem 32 barragens interditadas em MG

Das estruturas com atividade suspensa, três estão no Córrego do Feijão, onde estava a barragem que se rompeu em janeiro

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Barragem se rompeu em Brumadinho (MG) no dia 25 de janeiro
Barragem se rompeu em Brumadinho (MG) no dia 25 de janeiro - Corpo de Bombeiros / Divulgação

Quase três meses após o crime socioambiental de Brumadinho (MG), a Agência Nacional de Mineração (ANM) e a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (Semad) interditaram as atividades de 32 barragens da mineradora Vale em Minas Gerais. O levantamento foi feito pela própria empresa, após solicitação da Agência Brasil -- que acrescentou à lista outras duas barragens localizadas em Sabará (MG), Galego e Dique da Pilha 1, alvos de uma decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) publicada no dia 9 de abril.

Das estruturas interditadas, três estão na Mina Córrego do Feijão, onde ficava a barragem que se rompeu no dia 25 de janeiro de 2019. Além de Brumadinho, as estruturas com operações suspensas se situam nas cidades mineiras de Nova Lima, Ouro Preto, Itabirito, Itabira, Barão de Cocais, Rio Piracicaba e Mariana.

O Tribunal de Justiça de Minais Gerais (TJMG) conseguiu, por meio de liminares, atingir a barragem Laranjeiras e outras estruturas da Mina de Brucutu, a maior de Minas Gerais, situada no município de São Gonçalo do Rio Abaixo. Na semana passada, porém, a mineradora conseguiu aval da Justiça para retomar as atividades.

Nove das 32 barragens com atividade suspensa estão em processo de descomissionamento, conforme anúncio feito cinco dias após a tragédia de Brumadinho. Todas elas são alteadas pelo método a montante, com maior risco de rompimento.

Em decorrência do crime de Brumadinho, 271 pessoas estão fora de suas casas, segundo dados da própria Vale. Em todo o estado, são mais de mil atingidos pelas evacuações. O município mais afetado é Barão de Cocais, onde 456 pessoas não sabem quando poderão retornar às suas residências. 

Edição: Daniel Giovanaz