PROTESTO

Educadores fazem ato para denunciar desmonte da previdência estadual no RS

Responsável pela previdência e cobertura de saúde dos servidores estaduais, IPE cobre cerca de meio milhão de gaúchos

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Ato do CPERS foi realizado para protestar contra desmonte do IPE.
Ato do CPERS foi realizado para protestar contra desmonte do IPE. - Fotos: Divulgação/CPERS

Professores e funcionários de escolas estaduais participaram na manhã desta quarta-feira (24) de ato em frente à sede do Instituto de Previdência do Estado do Rio Grande do Sul (IPERGS), em Porto Alegre, para denunciar o que consideram ser o desmonte e a omissão do governo estadual com a entidade na gestão de Eduardo Leite (PSDB). O IPE é responsável pela previdência e pela cobertura de saúde dos servidores estaduais, afetando cerca de meio milhão de gaúchos, entre funcionários públicos e familiares.

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Uma das reclamações do Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (CPERS) é que o governo do Estado ainda não nomeou um diretor-presidente e o Conselho de Administração do IPE para esta gestão. Também denuncia que, apesar de os segurados descontarem em folha a contribuição à entidade, o governo estadual tem atrasado os repasses ao IPE. Um terceiro problema apontado é que a autarquia estaria com um déficit de 64% de pessoal necessário. Isso leva ao fechamento de escritórios da entidade no interior do Estado à medida que servidores vão se aposentando, o que prejudica a assistência aos segurados e faz com que eles tenham que arcar com os custos de transporte quando precisam ser atendidos na Capital.

“Em Estrela e Lajeado havia dois escritórios e os dois foram fechados”, diz Gerson Luis Johann, diretor geral do 8º Núcleo do CPERS. “Dialogamos com Câmara de Vereadores e o prefeito de Estrela, que entenderam a necessidade dos escritórios. Montamos um grupo de trabalho e elaboramos um documento, mas estamos à espera de alguém que tenha mandato e legitimidade para receber e assinar”.

As reclamações do CPERS foram reverberadas pelo presidente do conselho deliberativo da entidade, Luís Fernando Alves da Silva. “O IPE tem 87 anos de existência em defesa do servidor e da sua família. E isso está sendo derrubado gradativamente. Estão atacando o nosso futuro e a nossa saúde, as nossas próprias condições de trabalho”, diz.

Paulo Ricardo Gnoatto (dir.) recebeu a carta de reivindicações entregue por diretores do CPERS. 

Diretos do sindicato e de outras entidades que apoiaram o ato entregaram uma carta aberta, assinada pelo Movimento Unificado dos Servidores (MUS), ao diretor-presidente interino do IPE Saúde, Paulo Ricardo Gnoatto. “Este quadro de desmonte tem a clara intencionalidade de privatização do IPERGS. Exigimos do Governo Eduardo Leite que os escritórios do IPE no interior sejam mantidos abertos para a garantia de atendimento aos segurados(as), que o governo constitua a autarquia do IPE-Saúde e realize concurso público para servidores da autarquia; que garanta a oferta do IPE-Saúde de qualidade e com profissionais que atendam às necessidades dos(as) segurados(as) e dependentes; que nomeie o Conselho Administrativo do IPE-Prev; que deposite a contribuição patronal para o IPE-Saúde; e que diga não à Reforma da Previdência”, diz o documento.

Paulo Gnoatto disse que ele próprio espera pela nomeação de uma diretoria. “Entramos como uma equipe de transição mas continuamos aqui. Apesar da equipe defasada e pequena, estamos empenhados em manter o funcionamento do IPE a pleno”, disse.

Edição: Marcelo Ferreira