Minas Gerais

FUTEBOL

Coluna Curta e Grossa | Sinal de alerta na seleção feminina

Apesar do elenco qualificado e a presença da atacante Marta, já são nove derrotas consecutivas

Brasil de Fato | Belo Horizonte (MG) |
Vale lembrar que, antes do retorno de Vadão, a CBF não demonstrou a mesma tolerância com resultados apresentados pela ex-técnica Emily Lima
Vale lembrar que, antes do retorno de Vadão, a CBF não demonstrou a mesma tolerância com resultados apresentados pela ex-técnica Emily Lima - Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Faltando pouco mais de um mês para a Copa do Mundo de Futebol Feminino na França, a Seleção Brasileira preocupa. Apesar do elenco qualificado e a presença da atacante Marta, a melhor do mundo na atualidade, a equipe não vem se encontrando em campo. Já são nove derrotas consecutivas, a última para a Escócia por 1 a 0, em amistoso realizado na Espanha. Além disso, o início da temporada de 2019 não foi nada animador. A seleção feminina foi eliminada da Copa SheBelieves ainda na fase de grupos, sem nenhuma vitória.

A sequência de resultados negativos acende o sinal de alerta e põe em xeque a atuação do técnico Vadão. Desde que reassumiu o comando da seleção feminina, em setembro de 2017, o treinador acumula 12 vitórias, um empate e 10 derrotas. Em 10º lugar no ranking da Fifa, a seleção não consegue evoluir.

São muitos os problemas. Centralizar as forças do time somente nas referências como Marta e Formiga pode ser preocupante, já que futebol é um conjunto. Além disso, algumas escolhas táticas do técnico Vadão têm recebido fortes críticas. Uma delas foi improvisar a meia atacante Andressa Alves, do Barcelona, na lateral esquerda, setor onde a jogadora não tem costume de atuar.

Vale lembrar que, antes do retorno de Vadão, a CBF não demonstrou a mesma tolerância com os resultados apresentados pela ex-técnica Emily Lima. Primeira mulher a comandar a seleção feminina, Emily sequer completou um ano à frente do time. Em 13 jogos, a treinadora conseguiu 7 vitórias, um empate e amargou 5 derrotas, durante dez meses de trabalho. Na época, a saída de Emily causou polêmica e desestruturou as jogadoras, que apoiavam seu trabalho.

Apesar do saldo negativo de Vadão, é possível que a CBF queira dar mais tempo para a seleção evoluir com o treinador. A troca de técnicos sempre é um momento tenso nos times, principalmente diante de partidas importantes. Trocar Vadão agora seria muito arriscado, já que o Mundial está prestes a começar.

Mas, além disso, é importante observar que tanto seleções europeias quanto asiáticas investiram no futebol feminino, estruturando equipes, inclusive times de base. O Brasil ainda está engatinhando nesse processo. Sem resultados expressivos, infelizmente, a busca por investimentos no futebol feminino torna-se ainda mais difícil. Uma atuação negativa no Mundial só pioraria esse cenário. É preciso acordar e a CBF tem, de fato, que comprar essa ideia.

Edição: Wallace Oliveira