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Início Política

Violência agrária

Oposição e sociedade civil reagem a proposta de Bolsonaro para conflitos no campo

Em troca de afagos com ruralistas, presidente prepara PL que libera de punições fazendeiros que atirarem em “invasores"

30.abr.2019 às 17h53
Atualizado em 01.fev.2020 às 18h48
Brasília (DF)
Cristiane Sampaio
Jair Bolsonaro (PSL) repete o polêmico gesto com as mãos em forma de arma durante evento anterior às eleições de 2018

Jair Bolsonaro (PSL) repete o polêmico gesto com as mãos em forma de arma durante evento anterior às eleições de 2018 - Carl de Souza/AFP

Em um novo capítulo das disputas relacionadas à luta agrária no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou, na segunda-feira (30), que pretende enviar à Câmara dos Deputados um projeto de lei que libere de eventuais punições proprietários rurais que atirarem em “invasores” de terra.  

“Vai dar o que falar, mas é uma maneira que nós temos de ajudar a combater a violência no campo. É fazer com que, ao defender a sua propriedade privada ou a sua vida, o cidadão de bem entre no excludente de ilicitude. Ou seja, ele responde, mas não tem punição. É a forma que nós temos que proceder para que o outro lado, que desrespeita a lei, tema vocês, tema o cidadão de bem, e não o contrário”, disse Bolsonaro a um público formado especialmente por ruralistas.  

A declaração foi dada durante um evento de tecnologia agrícola em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, e ecoou no parlamento. Deputados de oposição se manifestaram contra a proposta, destacando que a medida poderia significar um salvo-conduto para a prática de abusos, endossando a violência no meio rural.  

“O que ele falou nada mais é do que estimular a violência no campo. É uma insanidade”, disse o deputado Valmir Assunção (PT-BA), um dos parlamentares que acompanham de perto a pauta agrária no âmbito do Congresso Nacional.  

Pelo Twitter, o deputado Glauber Braga (Psol-RJ) disse que a medida seria “uma licença pra que latifundiários matem sem-terra”. “O que diminui a violência no campo é proteger trabalhadores rurais e camponeses com políticas públicas que garantam terra e condições pra plantar e colher”, argumentou.  

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AM) também se manifestou pela mesma rede social. "A ‘solução’ de Bolsonaro para a questão fundiária no país é de uma irresponsabilidade ímpar: ‘sentar a bala’ nos assentados, estimulando irresponsável e abertamente a escalada de violência no campo”, criticou o parlamentar.

CPT

As reações chegaram ainda à sociedade civil organizada. Em nota pública divulgada nesta terça-feira (30), a Comissão Pastoral da Terra (CPT), órgão vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), repudiou a proposta.

A entidade lembrou a questão legal que circunda as ocupações de terra, geralmente promovidas por segmentos populares que atuam em defesa da reforma agrária, como é o caso do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST).

“Na sua fala, o presidente reafirma mais de uma vez que a propriedade é sagrada, sem se atentar para a ‘função social da propriedade’, como reza a Constituição Federal (arts. 185 e 186). Deixa de lado, também, a forma como foram constituídas tais ‘propriedades’, muitas delas frutos de esbulho e violências contra os povos tradicionalmente ocupantes dessas terras, e outras tantas oriundas de grilagem”, afirma a CPT, destacando ainda os números da violência agrária no Brasil.  

Após classificar a proposta do presidente como “irresponsável”, a entidade ressalta que, entre os anos de 1985 e 2018, por exemplo, 1.938 trabalhadores foram assassinados em conflitos no campo, num total de 1.466 ocorrências registradas pela própria Pastoral, que anualmente lança um relatório temático sobre o assunto.  

A CPT sublinha ainda que os crimes têm histórico de impunidade. “Dessas ocorrências, somente 117 responsáveis pelos assassinatos foram a julgamento, tendo sido condenados apenas 101 executores e 33 mandantes. Por esses números, vê-se que o ‘excludente de ilicitude’ já existe na prática”, critica a entidade, numa referência à expressão legal utilizada por Jair Bolsonaro.

Legislação

Do ponto de vista técnico-jurídico, o excludente de ilicitude diz respeito às hipóteses em que qualquer pessoa pode cometer um crime sem ser punido por ele, como é o caso da legítima defesa, entendida como uma situação em que uma pessoa está prestes a sofrer alguma agressão e reage diante dela. Pela legislação, casos como esse devem ocorrer sob uso moderado dos meios que sejam eventualmente necessários para evitar a agressão.  

O advogado criminalista Allan Hahnemann Ferreira, professor do curso de Direito da Universidade Federal de Goiás (UFG), explica que o Código Penal prevê ainda outras situações para o excludente de ilicitude, como, por exemplo, o estrito cumprimento do dever legal para casos específicos relacionados à atuação das forças de segurança, mas não enquadra nesse instituto casos relacionados à proteção da propriedade.

“A fala [de Bolsonaro] vem num contexto extremamente punitivo e coloca a propriedade acima do próprio bem vida, que é o bem supremo protegido pela Constituição”, acrescenta Ferreira.

Contexto  

A declaração de Bolsonaro se conecta com o histórico reacionário do presidente no que se refere à lida com os movimentos populares, em especial com os segmentos do campo.

Durante a campanha eleitoral, por exemplo, o líder do PSL, então candidato, defendeu que as ações do MST fossem classificadas como “terrorismo” – proposta que hoje tramita no Congresso Nacional por meio de diferentes projetos de lei.  

Mas a nova manifestação do presidente também vai além, tendo como pano de fundo uma tentativa de fortalecimento da relação com a Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), conhecida popularmente como “bancada ruralista”.   

O grupo, que reúne deputados e senadores ligados ao agronegócio, atuou como apoiador oficial da campanha de Bolsonaro em 2018 e ajuda a dar sustentação política ao governo, participando ativamente da gestão de diferentes formas, com destaque para o Ministério da Agricultura (Mapa), capitaneado pela ruralista Tereza Cristina, ex-presidenta da FPA.  

Nestes primeiros meses de gestão, a relação entre o núcleo duro do governo e os ruralistas foi marcada por ruídos. Entre outras coisas, porque a aproximação do presidente com os Estados Unidos atingiu os interesses da FPA no que se refere às relações comerciais com a China, país opositor ao de Donald Trump, e também por conta da ideia de transferir a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém.

Proposta por Bolsonaro em meio à troca de afagos com o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, a mudança incomodou os ruralistas por conta do risco que traria ao rentável comércio internacional do grupo com os países islâmicos, para os quais o Brasil exporta carne bovina e frango. O negócio movimenta mais de US$ 3 bilhões ao ano.

A declaração de Bolsonaro pela liberação de punição a proprietários rurais em situações de conflitos de terra vem ao mesmo tempo em que o governo trabalha também outras medidas de interesse da bancada ruralista. Segundo informação do próprio presidente, na próxima semana, o governo deverá pautar, na Câmara, uma medida que pretende liberar a posse de arma de fogo para produtor rural em toda a área correspondente a sua propriedade.

“Ele tenta, com esse tipo de declaração, buscar apoio para os projetos impopulares dele na bancada ruralista, que é uma bancada grande, conservadora e bastante reacionária”, interpreta o deputado João Daniel (PT-SE), atuante nas pautas agrárias na Câmara.

Também estão no radar do governo outras medidas destinadas aos ruralistas, como um pacote bilionário – ainda em fase de elaboração – para tratar de empréstimos e renegociações de dívidas do setor.   

Editado por: Daniel Giovanaz
Tags: cptradioagênciaruralistasviolência no campo
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