MÚSICA

Festival de Música da Paraíba - 2ª edição, começa neste sábado, em Alagoa Gr

O festival deste ano vai homenagear o centenário de nascimento do músico paraibano Jackson do Pandeiro

Brasil de Fato | João Pessoa - PB |
O Festival de Música da Paraíba tem como foco a descentralização dos polos de cultura do estado
O Festival de Música da Paraíba tem como foco a descentralização dos polos de cultura do estado - Card de divulgação - Secom PB

A segunda edição do Festival de Música da Paraíba terá início neste sábado, dia 18, com a primeira eliminatória em Alagoa Grande, Brejo paraibano. A segunda ocorrerá em Monteiro, no Cariri, dia 25 de maio, encerrando com a grande final em João Pessoa, no dia 31.
Segundo Nézia Gomes, o Festival de Música tem a função de mostrar a produção paraibana atual: “A nossa maior proposta é dar palco para esses cantores e compositores/as que estão começando agora, e outros mais antigos”. Nézia conta que a primeira eliminatória será em Alagoa Grande, “na casa onde Jackson do Pandeiro nasceu. Vamos juntar os artistas, os ritmos e fazer essa bela homenagem ao rei do ritmo”, comemora. Nézia Gomes (Foto: Thercles Silva)
Ela relata que foram 250 inscritos no total, sendo 11 mulheres compositoras: “Percebemos que estão surgindo muitos coletivos de compositoras, musicistas, e vários coletivos conseguiram passar músicas no festival e reforçar essa ideia de se juntar e fazer, não só cultura, mas fazer outras parcerias”. 
Desde o ano passado, na sua primeira edição, o Festival de Música da Paraíba tem como foco a descentralização dos polos de cultura do estado, levando as eliminatórias para o sertão e a borborema em 2018 (Sousa e Campina Grande) e, neste ano, para o cariri e o brejo (Alagoa Grande e Monteiro), deslocando a mostra do eixo clássico João Pessoa-Campina Grande para toda a Paraíba, nos seus mais diversos ritmos. 
A Primeira edição do Festival, teve como vencedora a canção Imprópria de Chico Limeira. O músico levou o prêmio de melhor música e melhor intérprete. Em segundo lugar ficou a canção Capitu, de Tom Drummond e Sopro da Loca, de Renato Oliveira, ficou com o terceiro lugar. Para Chico Limeira, o festival fortalece a canção enquanto uma arma contra o mal: “nesses momentos turbulentos, ela tende a ser uma arma - já que se está falando tanto em arma - contra o que há de mal. É um canal de boas energias, que fortalece e que é combustível para que tenhamos mais força para lutar”, descreve Chico.Chico Limeira - Divulgação
Compositor e com disco recém lançado, Chico enaltece o valor do ofício de compositor em eventos como este: “Eu acho que o festival fortalece a canção, este lugar do compositor, que é sempre um pouco adiado, deixado de lado, subjugado. Às vezes não se diz o nome dos compositores nas rádios, mas a gente vê o nome dos intérpretes”, reflete ele.
A música Imprópria foi envolvida em algumas polêmicas por conta do seu conteúdo já que protesta quanto ao fato de ruas e bairros da capital terem nome de políticos, a maioria historicamente questionável, como Castelo Branco e João Pessoa, que dá nome à capital do estado. “Se não fosse o fato de ela (Imprópria) ter vencido o festival, não teria vindo à tona do jeito que veio. Questionaram por que um festival deixa uma música dessas ser a vencedora, e a polêmica foi parar nas salas de aula, nos debates e nas rádios”, relata Chico, que também está na eliminatória de Alagoa Grande, com a música Carta pra Maria.
A cantora e instrumentista Ruanna vai defender a música Remendos. Ela conta que é a primeira vez que participa de uma mostra de música: “Além de compositora e intérprete, eu vou fazer questão de levar a guitarra para ocupar esse espaço porque eu imagino que a banda vai ser formada majoritariamente por homens. E esta representatividade faz parte da nossa luta todos os dias, do movimento feminista, mostrar fortaleza e estimular outras mulheres também”, conta a jovem compositora cuja música classificada fala sobre relacionamento abusivo.Ruanna (Foto: internet)
Em cada etapa do evento, serão apresentadas 15 músicas. Ao todo, serão pagos R$ 20 mil em prêmios, sendo R$ 10 mil para a(o) primeira(o) colocada(o), R$ 5 mil para a(o) segunda(o), R$ 3 mil para a(o) terceira(o) e R$ 2 mil para a(o) melhor intérprete.
O festival deste ano vai homenagear o centenário de nascimento do músico paraibano Jackson do Pandeiro. A primeira edição, realizada no ano passado, homenageou a tocadora de pífano, Zabé da Loca, e teve cerca de 400 inscrições. Neste ano, as inscrições tiveram início no dia 5 de fevereiro, com 270 canções no total. Puderam se inscrever artistas comprovadamente residentes na Paraíba, com idade acima de 14 anos e com música autoral inédita.

Edição: Cida Alves