Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • TV BdF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • I
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Opinião
  • DOC BDF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Opinião

CAMINHOS

Artigo | Aonde vamos? 

Marcio Tenenbaum analisa situação do Brasil lembrando da Diáspora judaica e de que Hitler queria acabar com a esquerda

20.maio.2019 às 09h10
São Paulo (SP)
Marcio Tenenbaum
A pergunta “Aonde Vamos?” não pode prescindir da análise dos nossos erros históricos que foram semelhantes aos dos alemães

A pergunta “Aonde Vamos?” não pode prescindir da análise dos nossos erros históricos que foram semelhantes aos dos alemães - Drewkadel/Reprodução

Na minha infância, nos idos dos anos 60, no bairro das Laranjeiras no Rio de Janeiro, onde morávamos, recebíamos uma publicação da comunidade judaica intitulada “Aonde Vamos?”. Tratava-se de uma publicação que pretendia discutir os caminhos da comunidade  judaica durante a Diáspora — judeus espalhados pelo mundo que não residiam em Israel. Nos dias atuais, pós-golpe de 2016, que rompeu com o frágil pacto entre as elites brasileiras construído com a Constituição de 1988, nós, da esquerda, também devemos nos perguntar: aonde vamos?

O pacto de 88, representado pela Constituição Cidadã, não foi capaz de fazer com que os diversos segmentos políticos do país respeitassem os ditames do Estado de Direito, da mesma forma como ocorreu — guardados os limites dos diversos processos históricos — com a Constituição alemã de Weimar. Talvez o dilema histórico que está presente nas discussões que permearam os anos pré-Revolução Russa e que integra o campo da esquerda, ou seja, a distinção entre os caminhos traçados pela social-democracia e pelo socialismo, esteja vivo entre nós.

Na década de 1920 do século passado, a Alemanha tentava se reerguer da derrota da primeira Guerra Mundial, e ainda tinha que dar conta dos pesados encargos do Tratado de Versailles. Naquele caldeirão, a disputa política entre a social-democracia, aliada da burguesia e, de outro lado, os socialistas, culminou com a derrocada de ambos quando da quebra da Bolsa de Valores em 1929. Diante da iminência do caos econômico, a burguesia se alia aos nazistas para evitar o retorno dos confrontos pós-guerra. Hitler, na tentativa de unificar o povo alemão contra o inimigo, que, segundo ele, levara a Alemanha à destruição, responsabiliza o povo judeu, como já estava desenhado no “Mein Kampf” [Minha Luta], escrito quando da prisão após a tentativa de golpe em 1923. Ocorre que a redução do inimigo judaico à condição específica de serem judeus foi obliterada por outro ataque perpetrado pelos nazistas: a associação entre o judaísmo e o bolchevismo russo, que, segundo os nazistas, era uma criação judaica. O objetivo dos nazistas era não só destruir o povo judeu, mas destruir a esquerda, identificada pela Revolução Russa .

Esse foi o motivo da associação da burguesia alemã aos nazistas: a destruição da esquerda  para sempre. Alguma similaridade com os eventos atuais em nosso país? Quantas vezes já escutamos, desde a posse de Bolsonaro, que a crise brasileira tem sua  origem nos governos Lula e Dilma? Que o desastre econômico atual é resultado das políticas de esquerda que quebraram o país? Que a corrupção dos governos petistas é a fonte da falência econômica do Estado brasileiro? A única diferença entre os nazistas e Bolsonaro, nesse aspecto,  é que na Alemanha nazista o ataque era também contra os financistas, mas é bem possível que, assim que Paulo Guedes deixar o governo por força do fracasso de suas propostas, haverá uma guinada populista na tentativa da redução do desemprego e novos inimigos serão alçados junto com a esquerda e, entre eles, os banqueiros que mantém juros altíssimos.

O que a história alemã e a história recente europeia pós crise de 2008 nos ensinam é que o capitalismo em crise e, sua classe, a burguesia, se voltam contra o Estado de Direito e por consequência, contra os setores populares. No atual estágio, os protagonistas que deram o golpe de 2016, na tentativa de resolver a crise de 2008 transferindo a responsabilidade  para as camadas populares — haja vista a reforma da previdência, o congelamento do salário mínimo e dos gastos com saúde e educação e, recentemente, o contingenciamento dos gastos da área educacional — começam  uma luta entre si já antevendo o fracasso do sonho da Terra Prometida que vislumbravam com a eleição de Bolsonaro.

Os setores midiáticos aproveitam esse momento para apresentar a conta do apoio dos bolsominions às mídias evangélicas, com o eterno discurso do ataque à democracia perpetrado pelos governistas, esquecendo que foram eles mesmos que se uniram em 2016 para romper com a democracia e retirar Dilma Rousseff do poder. A pergunta inicial “Aonde Vamos?” não pode prescindir da análise dos nossos erros históricos que foram semelhantes aos dos sociais-democratas alemães. Enquanto não organizarmos o povo quando a chance aparecer,  continuaremos a vivenciar, bestializados, os eventos ao nosso redor.

* Marcio Tenenbaum. Advogado, membro da ABJD-RJ.

Editado por: Pedro Ribeiro Nogueira
Tags: esquerdanazismo
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja assinar*
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

Bilateralismo

Acordo para produção de vacinas e nova declaração climática integram agenda de Lula na França; presidente viaja nesta terça (3)

'DESPROPORCIONAL'

Justiça do Rio revoga prisão do MC Poze do Rodo

APÓS DESVIOS

Justiça bloqueia R$ 23,8 milhões de suspeitos de fraude contra INSS

Inação internacional

‘Israel só responde à linguagem militar ou econômica’, diz professor sobre genocídio em Gaza

TRAMITAÇÃO

Câmara aprova aumento de punição a quem provocar incêndios florestais

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
    • Mobilizações
  • Bem viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevista
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Meio Ambiente
  • Privatização
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.