Rio de Janeiro

ABORTO

Festival Pela Vida das Mulheres leva debate sobre maternidade segura para todo país

As mobilizações acontecem até o próximo domingo (2)

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
A primeira edição do Festival aconteceu em Brasília em 2018, durante as audiências públicas sobre a criminalização do aborto feitas pelo STF
A primeira edição do Festival aconteceu em Brasília em 2018, durante as audiências públicas sobre a criminalização do aborto feitas pelo STF - Reprodução/Facebook

Segue até o próximo domingo (2), em várias cidades do Brasil, a segunda edição do Festival Pela Vida das Mulheres. O evento foi criado em função do Dia Nacional pela Redução da Mortalidade Materna, dia 28 de maio.

A coordenadora da Casa da Mulher Trabalhadora (Camtra) e diretora executiva da Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (Abong), Eleutéria Amora, em entrevista ao programa Brasil de Fato, falou sobre as motivações do festival.

“Defendemos a vida, a vida das mulheres e a vida de quem deseja nascer, mas temos que garantir primeiro a vida da mulher. Se ela vai ter naquele momento a gravidez ou se vai interromper, o Estado tem que garantir pelo SUS que as mulheres possam fazer essa interrupção de uma forma que tenha garantia de vida com as condições necessárias. Entendemos quem, por religião ou por alguma outra razão, seja contra, mas o Estado é laico e se ele é laico, ele tem que garantir a decisão de todas em relação ao seu corpo”, disse. 

No Rio de Janeiro as mulheres se encontraram na terça-feira (28) em um ato público na Praça XV. As pautas trazem destaque ao atendimento humanizado das gestantes, estrutura de atendimento às grávidas na Baixada Fluminense e na zona oeste, como medicação, falta de leitos para recém-nascidos e contra a violência obstétrica.

A primeira edição do festival foi realizada em Brasília em 2018 durante as audiências públicas sobre a criminalização do aborto no Brasil. Na ocasião, os movimentos de mulheres fizeram o diálogo com a população brasiliense sobre a legalização do aborto, mas também sobre o preconceito nos casos em que a prática é legalizada no Brasil, em situações de estupro, gravidez com risco para a mãe e fetos anencéfalos. Atualmente a criminalização do aborto atinge principalmente as mulheres pobres, que se submetem a todos os tipos de situações e que leva, muitas vezes, ao óbito. 

“Então as nossas reivindicações são pela vida das mulheres, maternidade seguras e funcionando, para que as mulheres possam optar pela maneira que vão ter esse parto e pela legalização do aborto. Claro que isso é uma pauta nacional, mas nos estados tem projetos de lei que querem criminalizar em qualquer momento essa interrupção da gravidez”, explicou a militante feminista.

As mobilizações acontecem até o próximo domingo (2) e podem ser acompanhados pelo Facebook.

Edição: Brasil de Fato (RJ)