CERCO

Acordo que transfere R$ 2,7 bi para promotores da Lava Jato entra na mira da Câmara

Em parceria com TCU, comissão vai fiscalizar transação que desvia multa da Petrobras para grupo do MP do Paraná

Brasil de Fato | SP |

Ouça o áudio:

O deputado Nilto Tatto é um dos autores do requerimento
O deputado Nilto Tatto é um dos autores do requerimento - Pablo Valadares | Agência Câmara

O acordo que prevê a transferência de R$ 2,7 bilhões da Petrobras para uma fundação privada controlada por promotores públicos da Operação Lava Jato, no Paraná, também está na mira da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados.

Na quarta-feira (5), a Comissão aprovou requerimento dos deputados petistas Patrus Ananias, João Daniel, Marcon, Valmir Assunção e Nilto Tatto para que, em conjunto com o Tribunal de Contas da União (TCU), fiscalize o chamado Acordo de Assunção de Compromissos.

A quantia de quase R$ 3 bilhões que iria para a mão dos procuradores, sem controle, é resultante de uma condenação aplicada à Petrobras pela Corte Judicial de Nova Iorque, com base em denúncias contra a estatal, informada pela Lava Jato à Justiça dos Estados Unidos.

O acordo foi repudiado no meio jurídico, por estar repleto de ilegalidades.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) sua suspensão, enquanto a mesa diretora da Câmara dos Deputados apresentou Reclamação ao mesmo STF, argumentando que houve tentativa de usurpação de poderes por parte do Ministério Público Federal do Paraná.

Em março, o ministro Alexandre Moraes concedeu liminar suspendendo os efeitos do acordo.

Edição: João Paulo Soares