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Coluna

Governo de Honduras responde com mais repressão e violência a crise social

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Milhares de manifestantes saíram às ruas protestando contra as políticas neoliberais
Milhares de manifestantes saíram às ruas protestando contra as políticas neoliberais - Orlando Sierra / AFP
País da América Central vive turbulência política sem interrupções desde 2009

Honduras vive uma turbulência política duríssima sem interrupções desde 28 de junho de 2009, quando a oligarquia local, apoiada pelos Estados Unidos (EUA), deu um golpe de estado e depôs o presidente
Manuel Zelaya jogando o país da América Central numa crise social com perseguições e assassinatos às lideranças dos movimentos sociais e à oposição em geral.

Nos últimos dias, milhares de manifestantes saíram às ruas protestando contra as políticas neoliberais recheadas de profundos cortes nos investimentos sociais e a privatização da saúde e da educação comandada pelo atual mandatário Juan Orlando Hernández. Manifestantes atearam fogo em pneus em frente à embaixada dos EUA em Tegucigalpa.

Os hondurenhos e hondurenhas têm buscado a migração para outros países como forma de fugir da profunda pobreza e desigualdade social que se avolumam no país. Sete em cada 10 pessoas vivem na pobreza e a taxa de desemprego já ultrapassa os 50%. Com a pressão dos EUA para que os países
da região, como a Guatemala e o México, reforcem suas barreiras fronteiriças, impedindo que a grande marcha de migrantes dos países da América Central cheguem em solo estadunidense, a situação humanitária dessa população, incluindo a de Honduras, se agrava ainda mais. A única resposta que o governo de Juan Orlando Hernández dá a essa questão social é mais repressão e violência.

Diante dos incessantes protestos nas ruas, o governo recuou e revogou os decretos que restringiam as liberdades civis, no entanto, se recusou a dialogar com representantes da Plataforma de Defesa para Educação e Saúde Pública, que lidera os protestos. Por isso, eles anunciaram que vão continuar nas ruas até que o governo aceite o diálogo e suspenda as propostas de privatizações desses setores.

Edição: Vivian Virissimo