ESPORTE

Bolsa Atleta financia 17 das 23 jogadoras da Seleção feminina na Copa

Programa foi criado em 2005 na gestão de Lula e é considerado o maior patrocinador individual do mundo

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Cristiane, que marcou os três gols na estreia do Brasil na Copa, é uma das contempladas
Cristiane, que marcou os três gols na estreia do Brasil na Copa, é uma das contempladas - Fernando Frazão/Agência Brasil

Criado em 2005, durante a gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Bolsa Atleta é considerado o maior programa de patrocínio individual para atletas do mundo e financia 16 das 23 jogadoras da Seleção brasileira de futebol, que disputa em 2019 a Copa do Mundo feminina.

Segundo dados da Secretaria Especial do Esporte, do Ministério da Cidadania, obtidos pela reportagem do Terra, o programa já distribuiu mais de R$ 1,1 bilhão e tem hoje 6200 beneficiários/as. Recentemente foi ampliado, durante a gestão de Jair Bolsonaro, com mais 3142 favorecidos.

Nos últimos 14 anos, foram 63,3 mil bolsas para mais de 26,5 mil atletas. Nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, 465 dos atletas, 77% do total, recebiam bolsas.

Os recursos são usados pelas atletas para comprar chuteiras, suplementos alimentares e são essenciais para que elas possam se manter no começo das carreiras.

"É um incentivo muito grande. Sabemos que, às vezes, no futebol feminino, você não é tão bem remunerada em alguns clubes. O Bolsa Atleta ajuda a somar os rendimentos com o salário do clube para a gente poder comprar chuteiras e suplemento alimentar", declarou ao Terra a lateral direita Tamires, 31, que atua no Fortuna Hjorring, da Dinamarca.

Jogar no exterior não impede que as atletas recebem o benefício, que premia de R$ 410 a categoria Base até R$ 15 mil na categoria Pódio. Ter bons resultados e se manter treinando são alguns dos requisitos do programa.

 "Ajudou porque muitas vezes a gente não recebe salário ou ele é muito pouco. Foi importante em uma época em que os meus pais não podiam me ajudar e foi um auxílio para eu continuar indo aos treinamentos. Agora, o Bolsa Atleta tem me ajudado a auxiliar a minha família também", relata Letícia Santos, lateral que defende o SC Sand da Alemanha.

No país, a grande maioria das atletas do futebol feminino é amadora e não tem contrato no regime CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), recebendo apenas ajuda de custo por prestação de serviço.

Do atual selecionado, somente Debinha, Daiane, Kathellen, Luana, Ludmilia e Formiga não recebem a bolsa. Destaques individuais como Marta e Cristiane, que marcou três gols na estreia e defende o São Paulo, são algumas das beneficiárias de mais prestígio.

*Com informações do Terra

Edição: Pedro Ribeiro Nogueira