Minas Gerais

Paralisação

Escolas e universidades param nesta sexta-feira, na greve geral

Para professora, desafio desta greve é vencer as mentiras que governo está espalhando nas redes

Brasil de Fato | Belo Horizonte (MG) |
Estudantes, eletricitários, professores, metroviários, e outras categorias devem parar atividades
Estudantes, eletricitários, professores, metroviários, e outras categorias devem parar atividades - Foto: Estela Loth/Estudantes Ninja

A educação promete parar de novo nesta sexta-feira (14), em greve geral envolvendo dezenas de outras categorias em todo o país. A luta contra os cortes na educação é uma das pautas da greve geral. No mês de maio, educadores e estudantes foram às ruas por duas vezes, com os maiores atos do país desde as jornadas de junho de 2013. Em Minas Gerais, nos dias 15 e 30 de maio, houve manifestações em pelo menos 44 cidades mineiras. Em Belo Horizonte, nas duas ocasiões, mais de 200 mil participaram dos atos contra o governo Bolsonaro (PSL), a favor da educação pública e contra a reforma da Previdência.

O governo nos colocou nesse protagonismo quando elegeu a educação, os professores e as universidades como inimigos. “Todo o ataque do governo contra a nossa organização, a criminalização da nossa profissão é pra combater a capacidade que nós já demonstramos nos dias 15 e 30, que a educação tem de esclarecer a população, explicar para as pessoas de uma maneira didática que a reforma da Previdência é a morte dos trabalhadores, é nos transformar numa população de idosos miseráveis”, afirma Denise Romano, coordenadora do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE MG).

Mobilização para a greve

Novamente nas ruas, em Minas, eletricitários, professores, trabalhadores dos Correios, da saúde, metroviários, eletricitários, trabalhadores da Copasa e outras categorias devem parar nesta sexta. Na educação, ao menos 28 organizações decidiriam paralisar: 10 sindicatos, 5 entidades estudantis, 7 centrais sindicais e 6 federações ou confederações.

Há um grande trabalho de mobilização para que as universidades parem mais uma vez. É o que conta a professora Maria Stella Brandão Goulart, presidenta do Sindicato dos Professores de Universidades Federais de Belo Horizonte, Montes Claros e Ouro Branco. “É nesse lugar que nós, professores das instituições de credenciamento profissional, científicas, vamos às ruas procurar um diálogo aberto que supere essa situação crítica”, pontua.

Maria Stella destaca como grande desafio desta greve superar as mentiras que estão sendo disseminadas nas redes sociais contra quem defende a educação. Para ela, elas são promovidas pelo próprio governo. “É um governo que mente, uma coisa tão impressionante, uma situação que não imaginávamos ver. Os educadores, de uma maneira geral, estão sendo brutalmente agredidos com ironias, com falta de compromisso com a verdade. E mais: existe um patrimônio institucional, cultural, que está sendo dilapidado”, alerta.

Categorias

Estão confirmados na luta os professores e demais trabalhadores da Educação, metalúrgicos, estudantes, Correios, Justiça Federal, químicos, agricultores familiares, caminhoneiros, eletricitários, vigilantes, rodoviários, metroviários e muito mais.

Agenda

Belo Horizonte | concentração na Praça Afonso Arinos, 11h

João Monlevade | concentração na Praça dos Aposentados, 14h

Ouro Preto | concentração na Barra, 15h. Ato cultural às 18h, na Praça Tiradentes

Uberlândia | concentração na Praça Clarimundo Carneiro, 15h

Passos | concentração em frente ao Mercado Municipal, 16h

Manhuaçu | concentração na Praça 5 de Novembro, 14h

Uberaba | concentração na Praça Rui Barbosa, 9h

Lavras | concentração na Praça Doutor Jorge, 16h

Varginha | panfletagem às 7h30 e aula pública às 9h, em frente à Unifal. Concentração na Concha Acústica, às 15h

Como ajudar a greve?

O ideal em uma greve geral é boicotar todas as atividades que podem ser realizadas em outros dias. Se puder evitar, é bom não fazer compras (em restaurantes, mercados, farmácias, shoppings, postos de gasolina, etc.). Não vá a bancos e casas lotéricas, faculdade e trabalho. É importante sair às ruas e participar das passeatas para reivindicar os seus direitos. 

Edição: Elis Almeida