segurança pública

Senado rejeita decreto de Bolsonaro sobre porte de armas

Parlamentares entenderam que o presidente tentou "legislar por meio de um decreto", o que é inconstitucional

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Discussão no plenário sobre o parecer da CCJ levou cerca de três horas
Discussão no plenário sobre o parecer da CCJ levou cerca de três horas - Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

Por 47 votos a 28, o Senado Federal aprovou nesta terça-feira (18) o parecer aprovado na semana passada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) que propõe anular o decreto do presidente Jair Bolsonaro (PSL) que facilitou o porte de armas. O texto será enviado à Câmara. Enquanto o Congresso não define a análise sobre o tema, as regras do decreto continuam em vigor.

A discussão no plenário levou cerca de três horas. Dez senadores favoráveis ao decreto e dez contrários puderam discursar – cada um teve direito a três minutos de fala. Logo depois, o resultado da votação foi anunciado. 

O argumento predominante é o de que Bolsonaro desrespeitou uma atribuição do Congresso ao tentar "legislar por meio de um decreto presidencial". Por isso, o decreto foi considerado inconstitucional.

Durante o dia, Bolsonaro fez um apelo direcionado à bancada ruralista para impedir que o decreto fosse derrubado. "A segurança no campo é uma coisa importantíssima, e nós ampliamos, por decreto, o porte de arma de fogo em todo o perímetro da propriedade de vocês. Não deixem esses dois decretos morrer na Câmara ou no Senado”, implorou o presidente.

Na Câmara, a bancada ruralista tem 224 parlamentares e, no entendimento do Planalto, será decisiva para manter o decreto em vigor. 

Edição: Daniel Giovanaz