AMÉRICA LATINA

Evento em São Paulo discutirá privacidade nas redes e prisão de ativista Ola Bini

“O ataque ao conhecimento livre e aos direitos humanos no Equador” acontecerá no dia 3 de julho das 19 às 21h

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Evento discutirá privacidade nas redes sociais, democracia na internet e perseguição contra desenvolvedores de softwares livres
Evento discutirá privacidade nas redes sociais, democracia na internet e perseguição contra desenvolvedores de softwares livres - Reprodução

Acontecerá em São Paulo, no dia 03 de julho, o evento “O ataque ao conhecimento livre e aos direitos humanos no Equador”, que pretende discutir a privacidade nas redes sociais, a democracia na internet e a perseguição contra desenvolvedores de softwares livres que ocorre desde que Lenín Moreno assumiu a presidência do país latino-americano.

O evento contará com a participação do professor da Escola Paulista de Direito (EPD), Alessandro Soares, que irá debater a democracia na América Latina; Elisa Ximenes, do Centro de Mídia Independente, que fará uma exposição sobre softwares livres e liberdade nas redes; e Patrick Mariano, da Rede de Advogados e Advogadas Populares, que tratará da detenção do ativista sueco do movimento de software livre, Ola Bini. 

Segundo Mariano, “a prisão foi uma aberração jurídica dentro de uma investigação digna de Kafka. Ola é um jovem ativista de direitos humanos com reconhecimento mundial na área do software livre e em defesa da privacidade da comunicação dos cidadãos. O processo contra ele é mais um passo nesse enredo de golpes e ataques à democracia pelo qual passa a América Latina."

Bini foi detido por autoridades equatorianas em 11 de abril de 2019 enquanto esperava para embarcar em um voo com destino ao Japão. O sueco é um dos programadores mais reconhecidos do mundo, famoso por seu trabalho como desenvolvedor de softwares livres. 

O programador ficou mais de 8 horas sem conseguir entrar em contato com seu advogado e sem ter um intérprete para esclarecer os motivos da detenção. O caso ganhou repercussão, gerando debates sobre a onda de ataques no Equador contra ativistas por privacidade e democracia nas redes. Bini só foi libertado após 70 dias. A detenção é considerada ilegal por organizações de direitos humanos como ONU e Comissão Interamericana de Direitos Humanos

Agora, o sueco responderá em liberdade mas não poderá sair do Equador, mas deverá comparecer de tempos em tempos diante das autoridades.

O evento acontecerá no 3 de julho, quarta-feira, das 19 às 21h, no Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, que fica na Rua Rego Freitas, 454 - 8º Andar, República. A entrada é franca.  

Edição: Pedro Ribeiro Nogueira