Rio de Janeiro

VOTAÇÃO

Câmara do Rio arquiva terceiro impeachment contra Crivella

Dos 49 vereadores, 35 votaram contra a denúncia, 13 votaram a favor e um se absteve

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |

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Denúncia apontava prejuízo de R$ 8 milhões aos cofres públicos provocado pelo prefeito
Denúncia apontava prejuízo de R$ 8 milhões aos cofres públicos provocado pelo prefeito - Divulgação

A Câmara Municipal rejeitou por maioria, na tarde desta terça-feira (25), as três denúncias apresentadas no início de abril contra o prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB). Dos 49 vereadores presentes na sessão, 35 votaram contra a denúncia, 13 votaram pelo afastamento do prefeito e o vereador Cesar Maia (Dem) se absteve.

Durante a sessão, que teve duração de três horas e meia, parlamentares da oposição chamaram a atenção para a reviravolta nos últimos meses. Na época em que a denúncia foi apresentada, 35 vereadores decidiram que ela deveria ser aceita contra 14 parlamentares que não queriam o impeachment.

Nos últimos meses, Crivella recriou secretarias e distribuiu cargos entre partidos que queriam o impeachment. Como estratégia, o prefeito do Rio, que já foi alvo de outros dois pedidos de impeachment, chegou a promover uma servidora pública que o defendeu na condição de testemunha na comissão processante.

Diante das movimentações do prefeito para virar votos, a oposição apresentou e distribuiu à imprensa nesta terça-feira (25) um relatório alternativo ao processo de impeachment. O documento de 12 páginas aponta 35 contradições no relatório oficial apresentado na última semana pela Comissão Processante.

Segundo o relatório alternativo, os crimes que provocaram prejuízos de R$ 8 milhões aos cofres públicos da capital fluminense têm a “digital” de Crivella. A oposição afirma que “foi a urgência determinada diretamente pelo prefeito Marcelo Crivella que produziu as irregularidades cometidas por diversos servidores no trâmite do processo administrativo que visava a extensão dos contratos de publicidade”.

Ao sugerir o arquivamento da denúncia apresentada contra Crivella em relatório apresentado no último dia 19, a Comissão Processante do impeachment responsabilizou servidores pelos crimes. A comissão foi composta pelos vereadores Luiz Carlos Ramos Filho (Pode), Paulo Messina (PRB) e Willian Coelho (MDB).

O vereador Reimont (PT) lamentou o resultado, diante do fato de que havia, além das denúncias, “evidências mais do que robustas da interferência direta e pessoal do prefeito na assinatura considerada antecipada, irregular e danosa de termos aditivos que levaram à prorrogação dos contratos com as empresas de publicidade”.

“A pizza saiu do forno”, comentou o vereador Tarcísio Motta (Psol). O parlamentar lembrou que a publicidade  cujos contratos foram assinados por Crivella até agora não foi instalada nos pontos de ônibus na cidade. “Qual era a urgência e a necessidade que Crivella tinha de antecipar receitas? Essa foi uma negociata que fabricou desequilíbrio econômico para resolver a incapacidade administrativa de Crivella”, disse o psolista.
 

Edição: Mariana Pitasse