Agroecologia

Feiras orgânicas e agroecológicas são opções de alimentos sem agrotóxico em Fortaleza

Além da compra e venda de alimentos, as feiras são lugares de socialização

Brasil de Fato | Fortaleza (CE) |
Essas Feiras, além da venda de diversos produtos, também são locais de trocas de experiências, de lazer e de debates
Essas Feiras, além da venda de diversos produtos, também são locais de trocas de experiências, de lazer e de debates - Divulgação Cetra

A capital cearense oferece espaços para quem procura comprar e consumir alimentos mais saudáveis, sem transgênicos e produzidos sem o uso de agrotóxicos. Esses espaços são as Feiras, que podem ser orgânicas e/ou agroecológicas. Elas são diferentes das feiras livres convencionais que ocorrem em diversos bairros de Fortaleza pelo respeito ao meio ambiente, fortalecimento da agricultura familiar e pelos alimentos sem veneno.

Essas Feiras, além da venda de diversos produtos, também são locais de trocas de experiências, de lazer e de debates. Contribuem para fortalecer a relação entre o campo e a cidade, como explica Vitória Feitosa, nutricionista e frequentadora, “consumo os produtos das feiras há mais ou menos um ano, quando visitei a Feira Agroecológica e Solidária do Cetra e me encantei completamente. Desde então sempre vou a essa e já frequentei algumas outras, como a do MST e a do Benfica. Esses espaços representam muito mais do que comprar e vender alimentos, eles se tornam lugares de socialização, o qual se compartilham diversos saberes, de conscientização sobre um comer saudável e sobre uma agricultura em equilíbrio com a natureza”.

Um desses espaços é a Feira Agroecológica e Solidária, que acontece na sede do Centro de Estudos do Trabalho e de Assessoria ao Trabalhador (Cetra), localizada na Rua Capitão Gustavo, nº 3842 – São João do Tauape, sempre às primeiras sextas-feiras de cada mês, das 15h às 18h. Os produtos comercializados lá vêm de vários territórios cearenses e é possível comprar produtos agroecológicos diretamente de quem produz como frutas da estação, verduras, café torrado, mel e muito mais.

Outro exemplo é a Feira Cultural da Reforma Agrária, que acontece sempre no segundo sábado de cada mês, de 9h às 15h, no Centro de Formação Capacitação e Pesquisa Frei Humberto, localizado na Rua Paulo Firmeza, 445 – São João do Tauape. A programação conta com a venda de produtos de assentamentos, debates, almoço e música ao vivo. Em julho a Feira terá como tema “Topo qualquer parada o medo não nos cabe”. A Feira é organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)

Fortaleza também conta com a Feira Agroecológica do Benfica, que acontece quinzenalmente, aos sábados, das 7h às 12h, na Praça da Gentilândia, no bairro Benfica. Lá é possível encontrar produtos agroecológicos, lanches vegetarianos, bazar, farmácia viva e atrações culturais diversas. A edição mais recente da Feira aconteceu no dia 6 de junho.

Para Victória Feitosa, há várias diferenças entre os produtos comercializados nessas Feiras e os comercializados em outros espaços. “São inúmeras diferenças a começar pelo preço, pois como se compra direto da família que planta e produz é possível comprar por um preço mais justo, porque não tem o papel do atravessador, então quando se compara, principalmente aos supermercados, se tem um valor muito mais acessível”.

Malvinier Macedo é integrante da Coordenação Colegiada do Fórum Cearense de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (FCSSAN). Para ela, consumir os produtos dessas Feiras traz benefícios à nossa saúde e ainda incentiva as famílias produtoras. “Sabemos que o uso de agrotóxicos traz diferentes e graves problemas à saúde humana. Ao se fazer uso de alimentos que não foram produzidos com venenos estamos optando por uma vida mais saudável, por termos qualidade na alimentação. Comprar os produtos dessas feiras é uma forma de ter algo à mesa que foi produzido de forma saudável, respeitando o meio ambiente e quem vai consumir”. Sobre os impactos para quem produz os alimentos Malvinier continua, “fortalece o segmento, grupo ou família que optou por esse tipo de fazer agricultura. É uma forma de resistência ao que o sistema hegemônico da comercialização de alimentos vindos da agricultura oferece. A Agroecologia é um contraponto ao Agronegócio e incrementa a economia local e as iniciativas que mostram outras possibilidades.”

Alimentos Orgânicos e Agroecológicos

Você saberia dizer qual a diferença entre alimentos orgânicos e alimentos agroecológicos? De acordo com Malvinier Macedo, “Produtos orgânicos são produzidos utilizando - se manejo e tratamento que cuida do meio ambiente, dos recursos naturais e sem uso de agrotóxicos. A produção orgânica também recebe um selo de certificação que atesta sua condição de produção limpa”. Já em relação aos alimentos agroecológicos ela explica. “A produção agroecológica vê o conjunto dos elementos envolvidos, como os recursos disponíveis no meio ambiente, a sustentabilidade ambiental, a integração da vida, inclusive a humana, considerando a sustentabilidade ambiental, a social e econômica.”

Listamos abaixo algumas Feiras para você conhecer em Fortaleza

Feira Agroecológica e Solidária do Cetra – A Feira acontece sempre às primeiras sextas-feiras do mês, na Rua Capitão Gustavo, nº 3842 – São João do Tauape.
Feira Cultural da Reforma Agrária – A Feira acontece sempre no segundo sábado de cada mês. Em julho, a Feira acontece no dia 13, com o tema “Topo qualquer parada o medo não nos cabe”. A Feira é realizada no Centro de Formação Capacitação e Pesquisa Frei Humberto, localizado na Rua Paulo Firmeza, 445, Bairro São João do Tauape. A programação ocorre das 9h às 15h.
Feira Agroecológica do Benfica – Quinzenalmente, aos sábados, das 7h às 12h, na Praça da Gentilândia, no Bairro Benfica.
Fundação Cepema – (Feira da Agricultura Familiar. Todas as Sextas, na Praça da Imprensa, no bairro Dionísio Torres, das 7h as 12h. Fone: 85 - 3223-8005
Muda meu mundo – Praça das Flores, localizada na Av. Desembargador Moreira, s/n, Aldeota. Em frente ao hospital do exército. Todo sábado, das 8h as 11h

Edição: Monyse Ravena