BAHIA

Pessoas afetadas por rompimento de barragem buscam reconhecimento enquanto atingidos

Dados da Defesa Civil apontam para 2.080 desalojados em Coronel João Sá e 450 em Pedro Alexandre, no norte da Bahia

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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MAB estima que cerca de 90 famílias permanecem isoladas em comunidades rurais por conta de danos nas estradas
MAB estima que cerca de 90 famílias permanecem isoladas em comunidades rurais por conta de danos nas estradas - Foto: Divulgação / MAB

Seis dias após o rompimento da barragem do Quati, no município de Pedro Alexandre, no norte da Bahia, os atingidos seguem atentos à situação de outras barragens da região: Lagoa Grande, Ponta da Serra e Serra Torre -- que ficam no nível acima da cidade. 

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Os municípios Pedro Alexandre e Coronel João Sá decretaram estado de emergência e calamidade pública. 

Os dados da Defesa Civil da Bahia apontam para 2.080 desalojados em Coronel João Sá e 450 em Pedro Alexandre. As duas cidades, juntas, ainda têm 350 desabrigados — pessoas que não têm para onde ir. 

O rompimento da barragem do Quati teria sido provocado por danos parciais em duas barragens de acumulação de água, Serra Verde e Rompe Gibão.

Segundo o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), a preocupação agora, além da possibilidade de novos rompimentos, é com o reconhecimento da condição de atingidos das populações desses municípios.

O MAB participou de uma reunião com os órgãos públicos ligados ao tema para tratar da ajuda humanitária emergencial, e montou uma proposta de planejamento para a realização do cadastramento dos atingidos.  

O Movimento declarou preocupação com a falta de informações sobre a situação das comunidades rurais de Quati, Boa Sorte, Lotero, Angico e Trapirá, que ficaram isoladas por conta de cortes nas estradas.

As estimativas levantadas junto aos atingidos dão conta de que cerca de 90 famílias permanecem nestes locais.

Em Coronel João Sá, após conversa em abrigo provisório, o MAB informou a situação de vulnerabilidade dos atingidos. Moradores relatam traumas e necessitam de acompanhamento psicológico; alguns apresentam sintomas como coceiras e diarreia. 

Segundo a prefeitura, mais de 14 mil pessoas foram atingidas. Sobre os estragos materiais, além de eletrodomésticos e móveis, até o momento, 80 famílias tiveram imóveis com a estrutura danificada, destas, 32 casas foram derrubadas totalmente com a força da água -- o número ainda deve subir, pois a Defesa Civil continua com os trabalhos de averiguação.

 

MAB conversou com atingidos alojados na sede da Associação dos Professores Licenciados do Brasil (APLB), em Coronel João Sá (Foto: Divulgação)

*Com informações do MAB.

Edição: Rodrigo Chagas