12ª EDIÇÃO

Festival Latinidades discute os saberes e ancestralidades das mulheres negras

Evento acontecerá no Centro Cultural São Paulo, do dia 23 a 27 de julho; Entrada é gratuita

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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O Latinidades é o maior festival de mulheres negras da América Latina
O Latinidades é o maior festival de mulheres negras da América Latina - (Foto: Matheus Alves/Mundo Negro)

Com mesas de debates, oficinas, vivências e apresentações culturais, a 12ª edição do Festival Latinidades começa nesta terça-feira (23), com duração até 27 de julho. Pela primeira vez, o maior festival de mulheres negras da América Latina deixa Brasília e ocorrerá na capital paulista, no Centro Cultural São Paulo.

O evento, de entrada gratuita, ocorre na semana do dia 25 de julho - data que marca o Dia da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha - e tem como objetivo fortalecer a identidade, a formação política e estimular a produção cultural, artística e intelectual das mulheres negras. 

Criado em 2008, o Latinidades se consolidou como uma plataforma que incentiva e dá visibilidade à produção dessas mulheres nas mais diversas áreas, gerando emprego e renda. De acordo com a organização do festival, em doze anos o projeto alcançou mais de 300 mil pessoas como público direto, realizou mais de 200 formações e mais de 200 apresentações artísticas. 

Diversas empreendedoras negras do Afrolab, projeto da Feira Preta, também participarão do festival.

A abertura desta edição contará com o bloco afro Ilú Obá de Min, e tem como tema o conceito de reintegração de posse, inspirado na historiadora e ativista Beatriz Nascimento, e em Erica Malunguinho, deputada estadual por São Paulo e idealizadora do quilombo urbano Aparelha Luzia.  

"Unindo a trajetória de Erica Malunguinho e Beatriz Nascimento, chegamos a esse tema, que na verdade é sobre toda a riqueza, todo o conhecimento que a população negra, e sobretudo as mulheres negras, construíram ao longo da humanidade, mas que não pudemos usufruir porque o racismo nos negou isso", afirma Jaqueline Fernandes, coordenadora-geral do festival. 

"É sobre reintegrar toda a propriedade intelectual, todo o direito autoral, toda riqueza que podemos produzir e reivindicar um espaço de construção de uma sociedade plural, longe do racismo, do machismo e da LGBTfobia, a partir das nossas propostas de mundo, que são muitas porque somos diversas. O festival ser multilinguagem busca refletir um pouco disso", acrescenta a ativista.

No sábado (27), ocorrerá uma festa de encerramento na Casa Natura Musical, única atração com venda de ingressos. Para mais informações, acesse o site. 

Edição: João Paulo Soares