Paraná

EDITORIAL PARANÁ

Bolsonaro menospreza a vida

Presidente despreza a vida e mostra falta de empatia em relação ao outro, fugindo à seriedade que o cargo exige

Brasil de Fato I Paraná |
Documentos das Forças Armadas reconhecem a prisão de Santa Cruz, que depois é tido como desaparecido político
Documentos das Forças Armadas reconhecem a prisão de Santa Cruz, que depois é tido como desaparecido político - Adriano Machado / Reuters

Jair Bolsonaro debocha, despreza a vida e mostra total falta de empatia em relação ao outro, fugindo à seriedade que o cargo exige. O capitão disse, no dia 29, que sabe como o pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, foi morto. E o capitão ainda inventou que o pai de Santa Cruz foi morto por um “grupo terrorista”, ocultando que foi morto por militares. O ex-delegado, matador e agente da ditadura, Cláudio Guerra, reconheceu, em 2012, que foi um dos responsáveis por INCINERAR o corpo de Fernando Santa Cruz, em uma usina em Campos de Goytacazes (RJ). Fernando era funcionário público, casado, estudante de direito e militante da Ação Popular Marxista Leninista. Aos 26 anos, foi preso em fevereiro de 1974 pela polícia carioca e nunca mais visto. A mãe de Fernando e avó de Felipe, Elzita Santa Cruz, faleceu neste ano, aos 105 anos, e não teve a dignidade de enterrar Fernando. Documentos das Forças Armadas reconhecem a prisão de Santa Cruz, que depois é tido como desaparecido político. Mas a naturalidade com que Bolsonaro menospreza um órfão da ditadura é assustadora. Ele quer reabrir o porão da ditadura, movido por mentiras e falta de compaixão. Inaceitável!

Edição: Gabriel Ruiz