Atentado

Militante do MST no RN é alvo de crime em área de conflito rural

Carro colidiu com Sem Terra quando voltava do trabalho; suspeitas são de atentado criminoso

Brasil de Fato | Natal (RN) |
Acampamento Antônio Batista, onde vive militante ferido, está em área de conflito rural
Acampamento Antônio Batista, onde vive militante ferido, está em área de conflito rural - Divulgação MST

Um militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Rio Grande do Norte foi alvo de um atentado criminoso durante a noite desta quinta-feira. Por volta das 19h, um carro avançou e bateu na moto do Sem Terra, quando ele voltava do trabalho. O crime ocorreu numa rodovia entre os municípios do Alto do Rodrigues e Baixo Açu, próximo ao Distrito de Irrigação do Baixo Açu (DIBA).
De acordo com testemunhas, que vinham logo atrás, a colisão foi tão forte que jogou o militante para longe da pista, deixando-o desacordado. Após a batida, o carro ainda teria parado por alguns instantes e depois partido, como uma forma de verificar se o homem estava morto, o que aumentam as suspeitas de crime.
O Sem Terra foi levado ao hospital vivo, porém com ferimentos graves. As informações do MST é de que ele chegou a quebrar a clavícula e ter um coágulo na cabeça após a colisão. Um Boletim de Ocorrência ainda será feito na tarde de hoje.
Conflitos
O Acampamento Antônio Batista, do qual faz parte o militante atingido, está localizado numa área de grande conflito por disputas de terra entre a agricultura familiar e empresários da fruticultura irrigada da região. O MST reivindica que a área seja destinada para produção de alimentos saudáveis desde 2015.
Segundo Damiana Cunha, militante no acampamento, houve bons avanços nas negociações desde então, o que provocou “muitas ameaças por empresários da região”. Exemplo disso são as constantes rondas de um mesmo carro nos arredores do acampamento. A militante diz que, inclusive, esse veículo é o principal suspeito de ter causado o crime. 
Em contrapartida ao ocorrido, o MST/RN realizará uma vigília em forma de ato público, para denunciar o crime e pressionar por investigações. “Não vamos nos calar e estaremos sempre vigilantes acreditando que tudo isso será apurado”, completa a militante.

Edição: Isadora Morena