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900 crianças foram separadas dos pais nos EUA após ordem judicial proibindo prática

Governo se vale de brecha em decisão de juiz federal para isolar crianças de famílias de migrantes

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Crianças estadunidenses protestam contra a separação de famílias na fronteira e os maus-tratos nos centros de detenção
Crianças estadunidenses protestam contra a separação de famílias na fronteira e os maus-tratos nos centros de detenção - Alex Wong/AFP

Em um ano, o governo de Donald Trump separou mais de 900 crianças de seus pais na fronteira entre os Estados e o México. Em junho de 2018, um juiz federal de San Diego ordenou que a prática fosse suspensa após imagens das milhares de famílias separadas chocarem o país.

Os dados foram levantados pela União Estadunidense pelas Liberdades Civis (ACLU, na sigla em inglês). Segundo a organização, o governo federal está abusando do uso do critério que determina que um pai não seja apto para a custódia de seus filhos.

“Este problema chegou à um ponto crítico”, disse Lee Gelernt, advogado da ACLU. “Centenas de crianças e bebês estão sendo irreparavelmente prejudicados porque seus pais cometeram um delito menor no passado, como uma infração de trânsito”, continua.

A organização contabilizou 911 crianças separadas, sendo 678 de pais que já passaram por investigações criminais. Outras razões foram listadas, como “falta de verificação do laço familiar, afiliação à gangues e preocupação com a segurança das crianças”.

De cada cinco crianças separadas, uma tem menos de cinco anos. A administração Trump tem buscado lugares nos estados da Flórida, Virgínia e Califórnia para construção de unidades de atendimento a menores desacompanhados.

O maior centro de acolhida para crianças migrantes fica na Flórida. Defensores de direitos de imigrantes dizem que o local tem condições “análogas à prisão”.

*Com informações do Democracy Now! e do The Guardian

Edição: Pedro Ribeiro Nogueira