Pernambuco

COMUNICAÇÃO

Artigo | A defesa da comunicação como direito humano no Observatório de Mídia da UFPE

O OBMIDIA investe na produção de vídeos, campanhas e programas de rádio com foco na leitura crítica da mídia

Brasil de Fato | Recife (PE) |
Ana Veloso é professora do Departamento de Comunicação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
Ana Veloso é professora do Departamento de Comunicação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) - ALEPE

A criação de observatórios de mídia foi uma recomendação presente no Fórum Social Mundial, ocorrido em Porto Alegre, em 2002. Esses grupos também foram objeto de propostas na 1ª Conferência Nacional de Comunicação, ocorrida em dezembro de 2009, no Brasil. Eles fazem parte do que Claude-Jean Bertrand (2002) chama de sistemas de responsabilização da mídia ou MAS. Os MAS são mundialmente utilizados no controle social da mídia. 
Essa tendência começa a ganhar força também no Brasil, com o surgimento de observatórios nas universidades e grupos da sociedade civil como a Agência de Notícias dos Direitos da Infância (ANDI), na década de 1990, e a Agência Patrícia Galvão, uma organização feminista criada nos anos 2000. 
Na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a compreensão dos mecanismos simbólicos, culturais e sociais que permeiam a relação da sociedade com os meios de comunicação e como tais fenômenos podem reverberar em coberturas que violam os direitos da população emerge como uma das preocupações do Observatório de Mídia – Gênero, Democracia e Direitos Humanos, projeto de extensão e grupo de pesquisa ligado ao CNPQ, estruturado no âmbito do Departamento de Comunicação (Decom). 
O OBMÍDIA da UFPE, com seus estudos e análises, vem atuando, desde 2014, em parceria com organizações como o Centro de Cultura Luiz Freire (CCLF), Marco Zero Conteúdo, Centro das Mulheres do Cabo (CMC), Centro Dom Hélder Câmara de Estudos e Ação Social (Cendhec), Auçuba, Gestos, Coletivo Intervozes, Comissão de Ética do Sindicato dos Jornalistas de Pernambuco, Fórum Pernambucano de Comunicação (FOPECOM) e, mais recentemente, passou a integrar o “Comitê Deliberativo de Comunicação e Direitos Humanos”, ligado à Promotoria de Defesa da Cidadania do Ministério Público de Pernambuco. 
Além de contestar as notícias que apresentam violações aos direitos humanos, subsidia ações de responsabilização da mídia pelo Ministério Público e oferece suporte às iniciativas de educação para os meios realizadas pela sociedade civil, o OBMIDIA investe na produção de vídeos, campanhas e programas de rádio com foco na leitura crítica da mídia e oferta de espaços para o exercício da liberdade de expressão de múltiplas vozes silenciadas pelos meios comerciais de comunicação. Para conhecer as atividades e conteúdos produzidos pelo Observatório acesse nosso site.


*Jornalista, integrante do OBMIDIA e professora do Departamento de Comunicação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Edição: Monyse Ravenna