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“O Future-se é um grande Vire-se para nós estudantes", diz manifestante no Cariri

A Marcha aconteceu no centro da cidade de Juazeiro do Norte

Brasil de Fato | Juazeiro do Norte (CE) |
No ato também foi pautada a luta contra a reforma da previdência, por melhores condições de emprego e direito à aposentadoria digna
No ato também foi pautada a luta contra a reforma da previdência, por melhores condições de emprego e direito à aposentadoria digna - Rodolfo Santana

Seguindo com o calendário nacional de atos em defesa da educação, contra as privatizações que se aproximam através do projeto Future-se proposto pela atual gestão do Ministério da Educação (MEC), manifestantes ocuparam as ruas de Juazeiro do Norte, no Cariri cearense. O já tradicional local de concentração do ato, em frente ao prédio da 19ª Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação (Crede 19), ficou repleto pela diversidade que o ato conseguiu mobilizar para ir às ruas na manhã deste 13 de Agosto. No ato também foi pautada a luta contra a reforma da previdência, por melhores condições de emprego e direito à aposentadoria digna.

Estudantes 
“Essas manifestações são muito importantes para que o povo entenda mais sobre a situação política que o país está passando. O povo aprende com as manifestações” pontuou Raissa Vieira, estudante do ensino básico da Escola de Ensino Infantil e Fundamental Tarcila Cruz Alencar, localizada em Juazeiro do Norte. Este é o terceiro grande ato que o Cariri realiza em defesa da educação. Desde o dia 15 de Maio, estudantes de diversos níveis de ensino, assim como professores da rede pública vem se organizando em grandes atos ao redor do Brasil. “Eu como mulher negra universitária, tenho dois filhos negros que também querem um dia estar na universidade. Para isso é preciso que a gente fique se juntando e se organizando na rua, dizendo para as pessoas a importância dessa luta”, falou Leidiane dos Santos, estudante do curso de Ciências Sociais da Universidade regional do Cariri (URCA). 

“Vire-se”
O programa federal Future-se apresentado pelo governo como forma de privatização do ensino público, também foi pautado pela manifestação do 13 de Agosto. Enquanto corta o orçamento de instituições de ensino, o MEC, sob o comando de Abraham Weintraub aposta na captação de recursos privados para investimentos em universidades públicas. “Essa proposta fere brutalmente a autonomia das universidades na medida que desautoriza o MEC na gestão das instituições, colocando uma empresa privada para determinar os rumos dessas instituições” ressaltou Emille Sampaio, médica e professora da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Cariri (UFCa). 
O projeto prevê a participação de Organizações da Sociedade Civil (OSCs) na gestão direta das universidades com possibilidade inclusive de associar o nome de empresas participantes às instituições de ensino. “Esse Future-se na verdade é um grande Vire-se para nós estudantes. Ele vem para tentar desmobilizar a base estudantil que está sempre na luta nas ruas em defesa dos nossos direitos.” falou o rapper e estudante do Instituto Federal de Juazeiro do Norte Luciano Barbosa conhecido como Dextape. O projeto também abre a possibilidade de que sejam cobradas taxas de mensalidade dentro de instituições públicas de ensino.

Edição: Monyse Ravena