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Ministro da Fazenda argentino pede demissão: "Certamente cometemos erros"

Carta de renúncia foi enviada no último sábado (17), menos de uma semana após derrota de Macri nas primárias

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Nicolás Dujovne, ex-ministro da Fazenda
Nicolás Dujovne, ex-ministro da Fazenda - Arquivo/AFP

O ministro da Fazenda da Argentina, Nicolás Dujovne, anunciou na noite do último sábado (17) sua renúncia ao cargo após vários dias de rumores sobre mudanças no gabinete como consequência da crise econômica que se agravou após a derrota do presidente Mauricio Macri eleições primárias do domingo anterior (11).

Em carta enviada a Macri, o agora ex-ministro disse estar "convencido de que, dadas as circunstâncias, a administração que você lidera precisa de uma renovação significativa. Certamente cometemos erros", afirmou.

Ainda na madrugada de sábado para domingo, o presidente argentino se pronunciou sobre Dujovne e já nomeou o secretário da Economia da província de Buenos Aires, Hernán Lacunza, para ocupar a pasta.

"Convoquei Hernán Lacunza para dirigir o Ministério da Fazenda. Até hoje trabalhava como secretário na província de Buenos Aires, onde fez um grande trabalho. Sua capacidade e trajetória são reconhecidas amplamente. Acredito que é a pessoa certa para esta nova etapa", escreveu Macri em sua conta no Twitter.

A renúncia de Dujovne vem após um agravamento da crise econômica que atinge o país gerado pela derrota do mandatário nas eleições primárias. Na última segunda-feira (12), diante da vitória da chapa Fernández-Kirchner com 47% dos votos, os mercados "se vingaram" de Macri e o dólar no país chegou a subir mais de 30% em relação à semana anterior, atingindo o valor de $60 pesos. A bolsa argentina chegou a registrar queda de 33%, enquanto o risco-país atingiu o pior nível em 10 anos.

Macri, que inicialmente deu declarações agressivas culpando a vitória dos kirchneristas pela piora da economia, pediu desculpas na última quarta-feira e anunciou um pacote de econômico que prevê aumento de salários e congelamento do preço de combustíveis. O mandatário ainda chegou a pedir diálogo com a oposição e teve uma conversa telefônica com Alberto Fernández. 

Edição: Opera Mundi