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Lei da Anistia e seus impactos na atualidade foram temas de seminário em Fortaleza

O Ato aula sobre os 40 anos da Lei de Anistia, iniciativa da vereadora Larissa Gaspar (PT)

Brasil de Fato | Fortaleza (CE) |

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Especialistas no tema se reuniram na Câmara de Vereadores de Fortaleza para debater os 40 anos da Lei de Anistia
Especialistas no tema se reuniram na Câmara de Vereadores de Fortaleza para debater os 40 anos da Lei de Anistia - Celso Aquino

Ato de perdoar, cancelar ou renegociar dívidas, anistia também pode significar esquecer. Após 40 anos da aprovação da lei que anistiou militantes políticos de oposição aos governos militares, e que também concedeu o perdão aos torturadores, especialistas no tema se reuniram na Câmara de Vereadores de Fortaleza, para debater sobre autoritarismo, impunidade e contra o esquecimento, dos mortos e desaparecidos, das torturas e perseguição dos opositores a ditadura militar no Brasil.

O Ato aula sobre os 40 anos da Lei de Anistia, iniciativa da vereadora da cidade de Fortaleza, Larissa Gaspar (PT), contou com a presença da coordenadora de políticas públicas dos direitos humanos do estado do Ceará, Amanda Freire, estudantes e professores da rede pública de ensino e perseguidos pela ditadura. Teve como expositores a professora do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal do Ceará (UFC), Danyelle Nilin e o professor do Instituto Federal do Ceará, José Airton de Farias.

De acordo com a professora Danyelle é importante resgatar o período da ditadura, por que segunda ela, o Brasil fez um movimento de jogar esse período para de baixo do tapete "na história brasileira há uma tendência muito grande de conciliar ao final dos eventos traumáticos, procurar deixar pra lá, a gente faz isso com momentos que deixaram marcas muito profundas na sociedade, essa nossa tendência a conciliação não foi e não é boa". 

Para o advogado do Escritório de Direitos Humanos da Câmara Municipal de Fortaleza, Cláudio Silva, o tema tem relação direta com o atual momento, "a gente tá falando da memória, na perspectiva da importância dela para o nosso presente, para nossa vida hoje. A Comissão Nacional da Verdade apontou, no seu relatório final, que houveram 434 mortos e desaparecidos no período da ditadura militar, este número é menor que o real."

Edição: Monyse Ravena