Rio de Janeiro

MANIFESTAÇÃO

"Lutamos para que um dia o 'Grito dos Excluídos' seja apenas uma página da história”

Para Tobias Faria, a existência do Grito dos Excluídos é a afirmação inequívoca de que erramos como sociedade

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
No Rio, mobilização será a partir das 9h, com concentração na Av. Presidente Vargas esquina com a Rua Uruguaiana
No Rio, mobilização será a partir das 9h, com concentração na Av. Presidente Vargas esquina com a Rua Uruguaiana - Tânia Rêgo / Agência Brasil

No feriado do próximo sábado (7) será realizado o 25º Grito dos Excluídos, uma articulação de pastorais da Igreja Católica, sindicatos e movimentos sociais. Neste ano, a atividade terá como lema: “Esse sistema não vale! Pela defesa da vida: serás libertado pelo direito e pela justiça”. A manifestação pública faz alusão aos crimes ambientais cometidos pela empresa mineradora Vale em Mariana e Brumadinho (MG) e traz uma crítica ao atual sistema político e econômico.

Em entrevista ao programa Brasil de Fato, o educador popular Tobias Faria, da Articulação Nacional do Grito dos Excluídos, explica quem são, afinal, os “excluídos” e por que o 7 de setembro foi escolhido como o dia do “grito”. “Surgiu no seio da Igreja Católica, mas já há algum tempo é muito maior que do que a própria articulação das pastorais sociais. O primeiro grito aconteceu em 1995, deu tão certo que decidimos repetir em 1996, 1997 e estamos aí no 25º. Surge com esse nome porque ele estava colado com a campanha da fraternidade daquela ocasião: Fraternidade e os Excluídos”, explicou Tobias, que também é membro do coletivo Margarida Maria Alves. “A existência de um Grito dos Excluídos é a afirmação inequívoca de que erramos como sociedade, lutamos para que um dia o Grito dos Excluídos seja apenas uma página da história”, acrescentou.

Tobias Faria explicou também que, tradicionalmente, a Igreja Católica do Rio de Janeiro não participa nem da preparação, nem do ato do Grito dos Excluídos. Entretanto, o militante chamou atenção para outra marca específica da manifestação na capital fluminense. “É o único momento em que todas as organizações de trabalhadores e trabalhadoras, que lutam contra a exclusão estão juntas. Partidos políticos, sindicatos, movimento estudantil, movimento de luta pela terra, por moradia. Esse é o único momento, no 7 de setembro, que temos conseguido, ao longo dos anos, garantir isso. Estarão lá todos os lutadores e lutadoras do povo. Os estudantes estarão todos com as caras pintadas e com as roupas pretas”, contou.

No Rio de Janeiro, a mobilização será a partir das 9h, com concentração na Av. Presidente Vargas esquina com a Rua Uruguaiana, Centro. Por volta das 11h, haverá uma caminhada até o Museu da Manhã, localizado na Zona Portuária.

Edição: Vivian Virissimo | Entrevista: Denise Viola