Pernambuco

MANIFESTAÇÃO

Arcebispo de Olinda e Recife: "Estamos cumprindo nosso papel junto aos mais pobres"

No Recife, Grito dos Excluídos reúne milhares de pessoas nas ruas em pleno sábado de feriado

Brasil de Fato | Recife (PE) |
Grito dos Excluídos foi marcado por críticas à destruição da Amazônia e aos cortes da educação e pela defesa da liberdade de Lula da Silva
Grito dos Excluídos foi marcado por críticas à destruição da Amazônia e aos cortes da educação e pela defesa da liberdade de Lula da Silva - Marcos Barbosa/Brasil de Fato PE

Neste sábado (7), o Recife amanheceu com povo nas ruas. Milhares de pernambucanos se concentraram logo cedo, às 8h da manhã, na praça do Derby, para participarem do 25º Grito dos Excluídos. Em 2019, o tema do ato foi "A vida em Primeiro Lugar" e teve como lema "Esse Sistema não Vale, Lutamos por Justiça, Direitos e Liberdade". A União Nacional dos Estudantes (UNE) também convocou o movimento estudantil a participar do protesto, acrescentando, ainda, a defesa da Amazônia e da Educação Pública às pautas de luta. 
A escolha da data, sete de setembro, vem da necessidade de questionar se o Brasil é um verdadeiramente independente e cobrar a soberania nacional e os direitos do povo brasileiro, cujas vozes sofrem consecutivas tentativas de exclusão na política. A manifestação é organizada por setores da Igreja Católica, movimentos populares, organizações não-governamentais, estudantes e partidos de esquerda. 
Em seu pronunciamento, Dom Fernando Saburido, arcebispo da Arquidiocese de Olinda e Recife, aproveitou o momento de reunião para protestar contra a autorização de despejo de camponeses do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do centro de formação do assentamento Normandia, em Caruaru, concedida por juiz federal. O arcebispo, então, reafirmou o compromisso da Igreja Católica ao lado dos oprimidos: “O Grito dos Excluídos é para sermos as vozes daqueles que precisam conquistar seus direitos, por isso estamos aqui como Igreja, presente, cumprindo nosso papel junto às pessoas mais pobres”. 
O ato contou com apresentações culturais e uma mística de abertura que simbolizou a crucificação de um indígena, em alusão a Jesus Cristo, além de críticas à parcialidade da Justiça. Em seguida, milhares de pessoas saíram em caminhada pela avenida Agamenon Magalhães, com batucada, faixas e palavras de ordem contra o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL). 

Rosa Amorim, diretora de cultura da UNE e militante do Levante Popular da Juventude, afirmou que “defender a educação é defender a nossa Nação, a nossa soberania” e apontou a necessidade de proteger as riquezas naturais brasileiras. “A Amazônia representa a soberania nacional, que está sendo queimada e destruída, e a única resposta que esse governo dá é limitar o recurso que ajuda na preservação dos incêndios. Neste momento, a UNE se soma ao Grito dos Excluídos em defesa da Amazônia e da educação”, reforça.

Edição: Monyse Ravena