Pernambuco

COLUNA DOS CLUBES

Coluna Coral | A despedida...

O Movimento Coralinas anunciou a paralisação das atividades do coletivo por tempo indeterminado

Brasil de Fato | Recife (PE) |
O movimento pautou uma série de melhorias na estrutura dos estádios para acolher as mulheres e fez campanhas vitoriosas contra o machismo
O movimento pautou uma série de melhorias na estrutura dos estádios para acolher as mulheres e fez campanhas vitoriosas contra o machismo - Tobias Farias

Após três anos de uma árdua estrada, de lutas, conquistas e resistências, dentro e fora das arquibancadas, no último sábado (31) o Movimento Coralinas anunciou a paralisação das atividades do coletivo, por tempo indeterminado. A notícia, que pegou muita gente de surpresa, foi marcada por uma ação realizada na sede do Estádio do Arruda, com oficinas e palestras voltadas às moradoras do entorno do Arrudão. O dia de aprendizado e lazer teve espaço, também, para oficinas de batuque, corte de cabelo e designe de sobrancelha. Esse momento, certamente, fez toda a diferença na vida dessas mulheres, que, na ocasião, se sentiram mais amadas, acolhidas e, principalmente, visíveis.

As Coralinas, assim como alguns outros movimentos de arquibancada, cumpriram e cumprem o que historicamente chegou a ser uma das missões mais difíceis do mundo: fazer com que a violência no estádio fosse apenas um detalhe, incapaz de impedir mulheres de estarem onde quer que elas queiram, inclusive na bancada, torcendo por seu clube do coração. Obrigada Movimento Coralinas pela coragem e demonstração de amor ao Santa Cruz. Porque amar o Santa é também contribuir para o clube se perpetue sendo o Time do Povo.

*Julia Rodrigues é torcedora do Santa Cruz

 

Edição: Marcos Barbosa