A exaltação à censura e ao autoritarismo está cada vez mais evidente no cenário nacional. A declaração de Carlos Bolsonaro, nesta semana, de que “por vias democráticas, a transformação que o Brasil quer não acontecerá na velocidade” que ele o seu grupo almeja (diga-se de passagem) não é um fato isolado.
No dia 6, o prefeito do Rio de Janeiro, Crivella, deu ordem para recolhimento de livro de história em quadrinhos em que dois personagens do mesmo sexo se beijam. A decisão contou com a chancela do Tribunal de Justiça do estado. Posteriormente, o Supremo Tribunal Federal (STF) posicionou-se sobre a ilegalidade da ordem. Mas o clima de censura ameaça a liberdade de expressão no país ficou no ar.
João Doria, em São Paulo, mandou recolher apostilas que discutem diversidade de gênero. Em agosto, para citar outro exemplo, houve a censura do governo federal ao edital da Agência Nacional de Cinema sobre produções com a temática LGBTs.
Uma das características dos regimes autoritários é justamente a perseguição aos livros, à cultura, ao direito de informação, à liberdade de pensamento. Bolsonaro coloca o Brasil diante de um período autoritário. Defender a democracia é nossa tarefa histórica. Se não a fizermos, o país estará, ainda mais, sob as ordens de um repressor.