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CRÔNICA

Mande alguém à Guatemala! Para conhecer o capitalismo real

Na Bolívia, o Estado destina para investimento público cerca de 28% do PIB. Enquanto na Guatemala 3% apenas

16.set.2019 às 18h51
Atualizado em 01.fev.2020 às 18h51
Curitiba
Pedro Carrano
Leonardo Severo mostrou ainda em seu livro que o país é o sexto do mundo em desnutrição crônica e aguda usa 20% do PIB em trabalho infantil

Leonardo Severo mostrou ainda em seu livro que o país é o sexto do mundo em desnutrição crônica e aguda usa 20% do PIB em trabalho infantil - Joka Madruga

Sempre que eu ouço, na mídia ou no senso comum, a lista de que os piores roteiros do mundo estão em Cuba ou em uma distante Coreia do Norte, eu penso na Guatemala.

Ou mesmo quando eu escuto pela milésima vez aquela resposta de todo bolsonarista, no módulo automático, gritando: “Aqui não é a Venezuela”, eu volto a recordar a Guatemala e a América Central.

Poderia pensar também na situação do norte da África ou no Oriente Médio e na consequência das ações da Otan para os países desses continentes. Mas o pequeno exercício que eu queria propor é o seguinte: Se, ao invés de uma pessoa ser mandada para “ir à Cuba”, ela fosse mandada para a Guatemala, isso significa conhecer um país que experimentou seu período democrático somente entre os anos de 1944 a 54, entre os governos Arévalo e Arbenz, que iniciaram um processo de democratização da terra, em um país onde 80 por cento do povo detém apenas 10% das terras – como aprendemos com o trágico relato do repórter Leonardo Severo, com o nome de “A CIA contra a Guatemala” (Papiro Produções, 2015, com fotos de Joka Madruga).

Mas logo, em 1954, o país experimentou um golpe de Estado e o bombardeio com participação dos EUA, para garantir o direito e a superexploração das empresas transnacionais bananeiras, conhecidas como “Octopus”, a Standard Fruit e a United Fruit, conhecidas na região também como “prisão verde”, companhias que operam até hoje, sobre outra fachada.

Neste continente, temos mais uma vez a comprovação de que as elites latino-americanas são intolerantes contra qualquer mudança minimamente feita em benefício do povo.

Mandar alguém ir à Guatemala pode ajudá-lo a descobrir que os EUA não teve operativos apenas no Vietnã. Mas também operou na guerra civil que deixou um número brutal de 250 mil a 400 mil mortos, entre os anos 60 até 1996. Eu estive lá em 2005 e pude perceber o clima da desilusão e dor presente no dia a dia dos guatemaltecos, apesar de suas formas de organização e resistência se manterem.
Se o Vietnã foi considerado um fracasso, a Guatemala foi um êxito para o governo da América do Norte. Logo depois, nos anos 80 como política de fachada, o Estado de Israel assumiu o fornecimento de armas para o exército oficial do país.

Na Guatemala, é enorme a impunidade e a cumplicidade com o genocídio da população camponesa, trabalhadora e indígena. O governo Efrain Ríos Montt, na década de 80 era convidado especial da Casa Branca e do presidente estadunidense Ronald Reagan. Condenado apenas em 2013, ele promoveu a queima e destruição de 444 aldeias, em um país de franca maioria indígena, com a desculpa de cortar o apoio aos guerrilheiros. 

Se o "grande" problema da humanidade está em uma democracia como a Venezuela, que realizou mais de 20 pleitos e plebiscitos em duas décadas, que diremos da pobre Guatemala, marcada por assassinatos a lideranças sindicais, uma taxa de sindicalização de 1,5% no setor privado, 3,5% no serviço público, país com um milhão e 600 mil imigrantes.

Enviar alguém à Guatemala é uma lição boa para os que não querem países com sua própria indústria, produção e fé na capacidade produtiva de seu próprio povo. Sem cadeias nacionais fortes da indústria, a Guatemala se equilibra entre as remessas de dólares e a superexploração das empresas exportadoras para exportação.

Leonardo Severo mostrou ainda em seu livro que o país é o sexto do mundo em desnutrição crônica e aguda, utiliza 20% do PIB em trabalho infantil e 60% da população não recebe os nutrientes necessários.

Em um artigo no final do livro, em comparação com a Bolívia, país onde a maioria da população também é indígena, o autor escancara o que é a decisão de rumos de um país e a escolha por um caminho soberano:

“Na Bolívia, o Estado destina para investimento público cerca de 28% do PIB. Enquanto na Guatemala o presidente ganha um salário mensal de U$ 18,311 mil e o Estado destina ao investimento público um pouco mais de 3% de seu PIB”, página 139.

Que tal passar um final de semana na Guatemala?

Editado por: Laís Mello
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