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Dúvida

Coluna de Ciências | Oléo de coco é bom pra quê?

Óleo de coco possui bem mais gorduras saturadas do que a manteiga, a banha de porco e de boi

Brasil de Fato | Belo Horizonte (MG) |

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Organização Mundial da Saúde desaconselha o consumo de gorduras saturadas
Organização Mundial da Saúde desaconselha o consumo de gorduras saturadas - Foto: Reprodução

Já falei em outras edições que devemos desconfiar de dietas, tratamentos e substâncias milagrosas. Sempre que algo oferecer mil benefícios pra saúde, fique ligado que provavelmente se trata só de mais um modismo. 
Introdução feita, atendo hoje ao pedido de uma querida leitora, curiosa acerca do que a ciência sabe sobre o óleo de coco.
Numa rápida busca na internet descobri que entre a lista de milagres atribuídos a ele estão: emagrecimento, ação antimicrobiana, tratamento de doenças (como Alzheimer e cardiovasculares), fortificante e hidratante da pele e do cabelo...
Há estudos científicos disponíveis sobre grande parte desses assuntos. Porém, eles ainda são bastante inconclusivos. Ou seja, são necessários mais tempo e estudos para que tenhamos certezas aqui.
Fato é que o óleo de coco é muito rico em gorduras saturadas, como as encontradas nas gorduras de origem animal. Isso inclusive que dá a consistência mais pastosa desse óleo em comparação com o de outros vegetais, como o de soja, milho ou oliva, ricos em gorduras insaturadas. Surpreendentemente, o coco possui bem mais gorduras saturadas do que a manteiga, a banha de porco e de boi! 
A Organização Mundial da Saúde desaconselha o consumo de gorduras saturadas, por sua relação já conhecida com doenças cardiovasculares e obesidade. Assim, é preferível utilizar óleo de soja ou azeite do que o de coco no preparo de alimentos.
Há quem afirme o contrário. Que os tipos de ácidos graxos presentes no coco têm a capacidade de diminuir o colesterol ruim e auxiliar no emagrecimento, além de curar doenças. Frente a essa polêmica, importantes entidades como a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, as Associações Brasileiras de Nutrologia, e de Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica e a Americana do Coração não aconselham o consumo frequente de óleo de coco, haja vista falta de evidências científicas sólidas sobre seus benefícios e ao risco conhecido do consumo de gorduras saturadas.
Sobre a ação antimicrobiana e terapêutica, a maioria dos estudos não apontou evidências suficientes para justificar a utilização do óleo para tais fins.
Já na hidratação da pele e cabelo, o óleo é indicado. Os estudos mostram uma boa capacidade de absorção, o que auxilia no combate ao ressecamento. Porém, a quem possui pele oleosa é indicada a retirada completa do óleo de coco após o tempo de aplicação, visto que ele pode aumentar a acne ou a caspa se mantido no corpo ao longo do dia.
Um abraço e até a próxima!
 

Edição: Elis Almeida