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Assédio

Conta de luz de trans sobe 967% após ela acusar funcionário da Enel de assédio sexual

"Ele passou a mão na minha genital, falou que eu era uma delícia", afirma a vítima; para advogada, caso é de transfobia

24.set.2019 às 05h04
Atualizado em 01.fev.2020 às 18h51
São Paulo (SP)
Igor Carvalho
"Há uma recusa da empresa em reconhecer a identidade de gênero da minha cliente”, afirma advogada da vítima

"Há uma recusa da empresa em reconhecer a identidade de gênero da minha cliente”, afirma advogada da vítima - Foto: Enel

A psicóloga Julia Pereira Bueno, uma mulher trans, acusa a Enel, empresa responsável pela distribuição de energia em São Paulo, de transfobia. Sua conta de luz aumentou 967% entre os meses de fevereiro e maio deste ano, logo após ela denunciar um funcionário da empresa por assédio sexual.

No dia 25 de abril, Bueno recebeu em sua casa um leiturista da Enel, que faria o cálculo de consumo de energia. Porém, de acordo com a psicóloga, o funcionário da empresa teria tentado manter relações sexuais à força com ela. O episódio gerou um Boletim de Ocorrência contra a empresa de energia.

“A garagem é apertada e ele ficou na minha frente, fazendo a medição. Quando eu virei, ele me encurralou e ficou na minha frente. Nesse momento, ele passou a mão na minha genital, falou que eu era uma delícia e tentou me beijar”, afirma Bueno.

Desde então, sua conta de consumo de energia disparou. De R$ 207,77 em fevereiro, saltou para R$ 2.210,36 em maio. Em junho, o valor indicado pela Enel foi R$ 2.242. No mês seguinte, R$ 1.474 e, em agosto, houve uma queda para R$ 988,20.

O histórico de contas enviado pela Enel comprova o aumento na fatura. Porém, os meses de março e abril não constam. Bueno explica que nunca recebeu a fatura de março e que a medição de abril ficou comprometida. “Quando ele me assedia, eu expulso ele de casa e não termina a leitura, então nunca chegou essa conta.”

 

Para Bueno, que se recusa a pagar qualquer uma das faturas "com valores exorbitantes", ela é alvo de retaliação da empresa. “É meio difícil não acreditar, por essa sucessão de casos e logo depois eu fiz um Boletim de Ocorrência contra o cara, responsabilizando a empresa também”, explica.

“Eu percebia uma diferença muito grande no trato da empresa comigo e com o meu vizinho. Vivemos no país que mais mata gente trans, não temos um mercado formal para emprego e isso gera uma imagem desumanizada. Se eu não fosse uma mulher trans, eu teria outra mobilidade para resolver isso”, afirma a psicóloga.

Transfobia

Julia Bueno afirma que os cortes de energia prejudicaram seu trabalho, já que a psicóloga realiza atendimento virtual (Foto: Arquivo pessoal)

Advogada de Julia, Maira Pinheiro afirma que há preconceito da empresa. “Se trata de transfobia. Temos a primeira situação: o assédio praticado pelo leiturista, que praticou um crime de importunação sexual que não foi só um assédio, ele tocou na genital dela. Nessa conduta, há uma conotação de fetichizar a condição dela de mulher de trans”, acusa a defensora, que lamenta não haver, na Enel, um treinamento adequado para lidar com pessoas trans.

“Nas interações da empresa com minha cliente também há transfobia. Uma coisa que me chamou a atenção, foi a resistência dos funcionários em se dirigir a ela respeitando a desinência de gênero, eles se dirigem a ela sempre no masculino, mesmo que ela diga o nome social. Há uma recusa da empresa em reconhecer a identidade de gênero da minha cliente”, alerta Pinheiro.

Cortes de energia

Bueno conseguiu uma liminar na Justiça que impede a Enel de cortar sua energia até que o caso seja julgado. Porém, a empresa já interrompeu o fornecimento por duas vezes e tentou uma terceira, contrariando uma decisão judicial.

“É um absurdo que a Enel tenha tentado cortar a energia de minha cliente. Não é possível que uma empresa do porte da Enel não tenha políticas de governança corporativa. Inclusive, a Enel ainda não pagou a multa pelo descumprimento da liminar”, encerra Pinheiro.

Em seu trabalho como psicóloga, Bueno realiza atendimentos online e alega os cortes de energia já lhe trouxeram prejuízo financeiro.

Histórico

A Enel é uma multinacional italiana que atua em 35 países. No Brasil, está presente nos estados de Goiás, Ceará, Rio de Janeiro e São Paulo. Em junho de 2018, por R$ 5,5 bilhões, a empresa comprou 70% das ações da Eletropaulo, se tornando a fornecedora de energia dos paulistas.

Outro lado

Procurada pelo Brasil de Fato, a Enel informou que o leiturista que é acusado de assédio sexual permanece nos quadros da empresa, mas que foi deslocado de região. Confira a nota na íntegra:

“A Enel Distribuição São Paulo informa que, por princípio, repudia todo e qualquer ato ofensivo ou discriminatório, e que seus colaboradores e parceiros seguem rigorosos padrões de atuação estabelecidos no código de ética da companhia. Com relação ao consumo de energia do cliente, a empresa esclarece que o caso está em processo de análise internamente e, até o momento, não foi constatada falha na medição. A empresa já entrou em contato com o cliente e prestou todos os esclarecimentos necessários.”

Editado por: Rodrigo Chagas
Tags: enelradioagênciatransfobia
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