Paraná

LUTAS UNITÁRIAS

Comitê Unificado: duas experiências no Paraná se fortalecem

No Paraná, as duas principais cidades – Londrina e Curitiba – têm tido experiências importantes de fóruns amplos

Brasil de Fato I Curitiba |
Ato dos estudantes e organizações populares, em maio, em Curitiba
Ato dos estudantes e organizações populares, em maio, em Curitiba - Gibran Mendes

A unidade das organizações populares e de esquerda é um item fundamental para que as classes populares imponham aos de cima sua pauta e programa de mudanças.

Não há, afinal, uma organização que, sozinha, seja o sujeito e a síntese de um processo de transformação.

No Paraná, as duas principais cidades – Londrina e Curitiba – têm tido experiências de fóruns amplos entre toda a esquerda (o que já ocorria em algumas regiões localizadas), os chamados “Comitês Unificados”, que têm alcançado vida organizativa, apontado momentos de formação e organizado as lutas do calendário nacional.

A unidade torna-se ainda mais necessária entre as forças de esquerda e os setores democráticos, neste momento quando o governo Bolsonaro canaliza o apoio da grande burguesia mundial, da burguesia importadora e demais frações da burguesia, unificadas neste momento em torno de um programa neoliberal contrário aos trabalhadores.

O governo é apoiado também pelos setores mais conservadores da sociedade brasileira, promovendo um desmonte com velocidade nunca vista na infraestrutura, no meio-ambiente e nos direitos sociais e trabalhistas.

Porém, se há de fato rachaduras e divisões na política de cima, entre os de baixo a unidade se faz mais necessária.

Hoje os itens de pauta que unificam estudantes, setores independentes, sindicatos diversos, as centrais CUT, Conlutas, Força Sindical e Intersindical, MST, MAB, PCdoB, PT, Psol, organização Consulta Popular, Levante Popular da Juventude, as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, entre outros grupos, são as lutas pelos direitos trabalhistas, a soberania nacional e a luta pela Educação Pública. Recentemente, o tema ambiental também entrou na agenda de lutas.

As lutas não têm reunido apenas os setores organizados da esquerda que já vinham fazendo desde 2016 o enfrentamento contra o golpe. A construção da greve global pelo clima, em Curitiba, envolveu comunidades indígenas, organizações ambientalistas, a organização CWB resiste, com grande força nas redes sociais, e artistas.

Com todas as dificuldades de construção entre entidades com métodos e experiências tão diferentes, é fato que a unidade entre essas forças têm sido um exercício importante.

Novos atores entraram em cena e a atuação entre organizações de natureza diferente empurra o movimento para a frente e tem permitido novas formas de mobilização. É o que tem acontecido na capital paranaense, onde as marchas dos atos terminam em momentos culturais no tradicional Largo da Ordem, no que já poderíamos apelidar de o “canto” democrático do Largo.

A pauta Lula Livre – pauta que exige diálogo, paciência, denúncia firme –, embora de fato não seja ponto de unidade entre as organizações integrantes do Comitê Unificado, mas é fato que está presente nas ruas e pela voz da militância durante os atos, surgindo como bandeira legítima.

Com a força da sua justeza e apontando que a pauta em defesa de Lula é a defesa das garantias democráticas. O que temos visto recentemente é a criminalização da pobreza e dos movimentos populares, basta ver que no Paraná já ocorreram seis despejos forçados em menos de um ano em áreas do MST. Em São Paulo, a ativista Preta Ferreira está na mesma condição de ausência de garantias jurídicas, assim como ocorreu com Lula: Preta foi presa injustamente a partir de especulações e delações sem provas.

Neste sentido, devemos optar sempre pela pluralidade entre as pautas e as bandeiras da esquerda, crescendo a confiança entre as organizações, criando espaços de debate e sobretudo lutas.

*Militantes da organização Consulta Popular 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Edição: Redação Paraná