Já pensou se o excedente do lucro das multinacionais fosse parar na segurança, saúde e educação da população mundial? Os governos não precisariam aumentar tempo de contribuição da aposentadoria, reduzir direitos trabalhistas, querer cortar 13º salário, congelar reajuste do salário mínimo. É isso que se chama de distribuição de renda. Contudo, 40% dos lucros das multinacionais têm outros destinos. Eles alimentam paraísos fiscais como Mônaco, Bahamas e San Marino.
De acordo com pesquisas das Universidades da Califórnia, Berkeley e da Universidade de Copenhague, em 2016, cerca de US$ 650 bilhões de dólares foram transferidos para paraísos fiscais. Isso representa R$ 2,7 trilhões. Como comparação, o PIB do Brasil em 2018 foi de R$ 6,8 trilhões.
Para os pesquisadores, “as empresas multinacionais transferem lucros para paraísos fiscais para reduzir suas contas fiscais globais”. De acordo com o mapa produzido no site missingprofits.world, “o Brasil perde 10% de sua receita tributária por causa desses paraísos fiscais”, cerca de US$ 5,8 bilhões (R$ 24 bilhões) sendo que a maior parte vai parar em paraísos na União Europeia e em Bermudas, Caribe, Porto Rico.