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Troca de técnicos: confusão dentro e fora dos gramados

Os últimos dias devem ter sido os mais loucos da história do futebol brasileiro

Os últimos dias devem ter sido os mais loucos da história do futebol brasileiro

Acredito que é possível dizer que os últimos dias foram os mais loucos da história do futebol brasileiro. Poucas vezes vimos um troca-troca de técnicos tão insano como o da semana passada. Oswaldo de Oliveira deixou o Fluminense, Fernando Diniz assumiu o São Paulo, Rogério Ceni voltou para o Fortaleza, Abel Braga acertou com o Cruzeiro e, mais recentemente, Enderson Moreira foi demitido do Ceará.

Quem acompanha o futebol brasileiro já está acostumado com essa “dança das cadeiras”. Mas isso nem de longe supera os fatos que vamos relatar agora. É coisa pra você se perguntar onde foi parar o bom senso das pessoas.

Comecemos pelo Fluminense. O time está numa situação bem complicada no Brasileirão, como todos sabem. No jogo contra o Santos na última quinta-feira (26), o meia Paulo Henrique Ganso e o agora ex-técnico Oswaldo de Oliveira quase saíram no tapa na beira do gramado por conta de uma substituição. No dia seguinte, Oswaldo foi demitido e Ganso foi multado. Na partida seguinte (contra o Grêmio), eis que o camisa 10 aparece com a braçadeira de capitão e permanece em campo durante os 90 minutos.

Corta para Belo Horizonte. O Cruzeiro (que passa por uma situação ainda pior que a do Fluminense) demite Rogério Ceni depois do empate sem gols contra o Ceará na quarta-feira (25). Thiago Neves, Fred, Dedé e outros atletas são apontados pela imprensa como os responsáveis pela “fritura” do treinador. Acaba que a diretoria celeste escolhe Abel Braga para assumir o time atendendo a um pedido dos mesmos jogadores. Vale lembrar que a Raposa foi derrotada pelo Goiás na segunda-feira (30), na estreia de Abelão.

E mais: tanto Cruzeiro como Fluminense tiveram problemas com invasão nos seus centros de treinamento por parte de organizadas (me recuso terminantemente a chamar esses caras de torcedores). Dedo na cara, ameaças e até mesmo abordagem na rua, como aconteceu com o garoto João Pedro aqui no Rio de Janeiro.

Qual é o limite da razão? O futebol é um esporte apaixonante. Mas quando foi que nós deixamos a nossa paixão se transformar em doença? E quando foi que perdemos o nosso bom senso?

Desde o jogador que faz “panelinha” e derruba treinador até o cidadão inconsequente que aborda um jogador no seu dia de folga com sua família para fazer ameaças (ou até quem derruba o portão de um centro de treinamento), parece que o nosso futebol se transformou num grande hospício. Onde todos se dizem defensores da moral e das tradições de um clube, mas se transformam em animais (com perdão aos bichinhos) ao menor sinal de contrariedade. 

Aliás, o futebol explica o nosso país como poucas coisas nesse mundo. O paralelo com a nossa atual situação é bem claro. Só não vê quem não quer. Ou recuperamos a nossa razão ou a falta dela vai destruir tudo o que temos. Inclusive o velho e rude esporte bretão.

AUMENTA A PRESSÃO 

O Botafogo sofreu a sua terceira derrota seguida nesta segunda (30) diante do Fortaleza e a torcida pede a cabeça do técnico Eduardo Barroca. Mas será que isso vai resolver a situação do clube? O elenco é fraco e o planejamento da diretoria alvinegra parece um roteiro de episódio dos Trapalhões. E ainda seguindo a linha do “limite da razão”, tivemos mais invasão de campo lá no Estádio Nilton Santos. Isso só vai parar quando acontecer alguma tragédia, amigos. Infelizmente.

VIRADA DO VASCO

O Vasco conquistou uma bela vitória sobre o Atlético-MG nesta quarta-feira (2) em Belo Horizonte. E mais: mostrou força para sair de um resultado adverso e construiu uma virada na base da garra e das mexidas de Vanderlei Luxemburgo. Rossi e Marcos Júnior entraram bem demais no jogo e deram a intensidade que o time ainda não tinha. Bela partida e belíssimo resultado.

RIVER AMASSOU O BOCA

A vitória do River Plate sobre o Boca Juniors nesta terça-feira (1) só mostrou mais uma vez que o time de Marcelo Gallardo é o melhor das Américas. Por mais que Grêmio e Flamengo tenham qualidade, os Millonarios são a equipe a ser batida na Libertadores. Grande partida de Matías Suárez, Borré, De La Cruz e Montiel. Repito: o River é o time a ser batido no continente. Sem exagero.

FLAMENGO AMASSOU O GRÊMIO

O Flamengo teve três gols anulados pelo VAR no empate contra o Grêmio pelas semifinais da Libertadores da América. Apesar de ter saído de Porto Alegre com o empate, o time de Jorge Jesus mostrou a sua força e não se intimidou com a torcida adversária. A lamentar somente a bobeira de Éverton Ribeiro no gol de Pepê. Mas vida que segue. O jogo de volta acontece no dia 23 de outubro, no Maracanã.

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