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Saúde

Doria ameaça fechar laboratório que analisa mais de 200 mil testes papanicolau ao ano

Fosp presta serviços em cancerologia para mais de 540 unidades de saúde de 74 municípios do estado

08.out.2019 às 15h12
Cecília Figueiredo
|Saúde Popular
Fundação Oncocentro concentra mais de 1 milhão de registros de tumores no estado

Fundação Oncocentro concentra mais de 1 milhão de registros de tumores no estado - Foto: Cecília Figueiredo

Desde agosto, trabalhadores e dirigentes da Fundação Oncocentro de São Paulo (Fosp) estão em alerta com a notícia de “desmobilização” do serviço, anunciada pelo governo João Doria (PSDB). Profissionais que atuam na autarquia reconhecem o contexto de salários defasados e falta de concursos para a reposição dos funcionários que se aposentaram ou faleceram, mas afirmam que desejam melhorias, e não o fechamento da unidade.

Com 87 trabalhadores, o órgão vinculado à Secretaria de Estado da Saúde (SES) que funciona há 45 anos no bairro de Pinheiros, zona Oeste da capital paulista, concentra três laboratórios: um de próteses, outro de anatomia patológica, e o departamento de estatística. A configuração do serviço facilita o acesso e dá agilidade ao atendimento.

:: Confira nesta reportagem o relato de pacientes atendidos pelo laboratório de próteses ::

Somente no ano passado, o laboratório de anatomia patológica processou 247 mil testes papanicolaou, 13.700 biópsias e 3.157 exames de imuno-histoquímica – método de análise dos tecidos via microscópio, que pode auxiliar a definir se o tumor é um carcinoma, linfoma, melanoma ou sarcoma, por exemplo.

Na avaliação do médico e diretor-adjunto do Laboratório de Anatomia Patológica da Fosp, Alexandre Muxfeldt Ab'Saber, o governo pretende extinguir a fundação. “O medo que a gente tem é que, se fizer isso, se desmembrar, vai acabar sucateando [o atendimento], comprometendo algo que demorou 45 anos para ser montado”, afirma.

O serviço atende a pessoas da capital, interior e de outros estados, segundo o cirurgião-dentista e diretor-adjunto do Laboratório de Próteses, Paulo César Carvalho. O provável fechamento, segundo ele, será “extremamente prejudicial aos pacientes”.

“São pessoas que sofreram cirurgias do câncer de cabeça e pescoço e, após a cirurgia, saem com comprometimento de fala, deglutição, mastigação e, principalmente a estética, dificultando muito o convívio social deles. Então, o objetivo de produzir as próteses é reabilitar o mais rápido possível não apenas no âmbito social, profissional, mas na parte funcional”, analisa.

Produtividade

O diretor reforça a importância da acessibilidade dos pacientes a um único serviço e ressalta a contribuição de trabalhadores que estão há quase 30 anos atuando na autarquia.

“Gostaria que o secretário de saúde e o governador Doria revissem essa questão [da extinção da Fosp] com mais calma, porque é muito importante para os pacientes e para nós, que somos funcionários da casa há muitos anos”, diz o diretor, que trabalha na Fosp há 32 anos.

Ele acompanha em seu setor de 400 a 600 consultas mensais e entrega mais de 90 próteses a pessoas amputadas.

O diretor-adjunto do Laboratório de Próteses, Paulo César Carvalho, mostra algumas das próteses produzidas no laboratório

O diretor-adjunto do Laboratório de Próteses, Paulo César Carvalho, mostra algumas das próteses produzidas no laboratório. | Foto: Cecília Figueiredo.

“Antigamente, éramos em 12 cirurgiões-dentistas protesistas. Hoje estamos em seis na equipe. Há uma sobrecarga muito grande [dos funcionários] e dos pacientes também, que têm de enfrentar um tempo de espera para a colocação da prótese”, acrescenta.

A Fosp oferece, conforme os dados da fundação, exames e pesquisas em cancerologia a mais de 540 unidades de saúde, localizadas em 74 municípios do estado. “Os exames chegam de vários hospitais do estado. São vários tipos de tumor e que não foram ainda identificados. No laboratório são tipificados, e isso proporciona a precisão no tratamento do SUS”, explica o biólogo Luiz Mário Santos Fuza, assistente técnico do setor.

Rita Fujii, citotécnica do laboratório que investiga alterações em exames de papanicolaou, afirma que o setor trabalha para a prevenção do câncer de colo uterino, que é curável e poderá nem se manifestar. Ela coordena uma equipe de 25 citotécnicos, que fazem a leitura de mil exames por dia. “Entre 10% e 15% apresentam células alteradas, mas é tratável”, explica.

Formação e informação

A Fosp também responde pelo monitoramento externo de qualidade de outros laboratórios prestadores de serviço para o SUS e realiza a capacitação de mil profissionais da Atenção Primária por ano — especialmente enfermeiros, para rastreamento e detecção precoce dos cânceres de colo do útero e de mama. O Oncocentro também oferece um curso de formação de técnicos em Citopatologia registrado junto ao Conselho Estadual de Educação e reconhecido pelos laboratórios públicos e privados do Estado.

No campo da epidemiologia, a Fundação Oncocentro contabiliza até junho deste ano mais de 1 milhão de tumores cadastrados – única fonte de dados sobre a assistência oncológica praticada nos Centros de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon) e nas Unidades de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon) do estado.

Mobilização

Uma série de ações estão na agenda dos trabalhadores e dirigentes da Fosp para sensibilizar não apenas o governo, mas a sociedade civil, para que o serviço não seja extinto. Um ato foi realizado em 3 de outubro na frente da autarquia, reunindo pacientes, trabalhadores e parlamentares, como Beth Sahão (PT), Carlos Gianazzi (PSol) e Janaina Paschoal (PSL).

Trabalhadores, pacientes e parlamentares estaduais realizam protesto em 3 de outubro. | Foto: Divulgação / Fosp.

Em carta enviada ao gestor estadual de saúde, os trabalhadores e dirigentes afirmam desconhecer “as razões que possam justificar a desmobilização da Fosp; na tentativa de entendê-las, aguardamos que o senhor secretário da Saúde receba representantes dos funcionários”.

O diretor-adjunto do Laboratório de Anatomia Patológica, Alexandre Muxfeldt Ab'Saber, reafirma a importância do Oncocentro e explica que não há outra unidade que substitua os serviços prestados.

“A gente faz o Fish [Hibridação Fluorescente In Situ], um exame de biologia molecular para mama, que só a fundação realiza para o estado inteiro. Outro lugar que realiza o Fish para o SUS é o Icesp [Instituto do Câncer do Estado de São Paulo], mas ele só faz para os seus pacientes, não para outros laboratórios [públicos SUS]. A gente tem também os maiores especialistas do Brasil dando apoio para a gente na Faculdade de Medicina em imuno-histoquímica. Fazemos pesquisa de HPV. A gente faz 240 mil citologias por ano. É o maior laboratório público de citologia do estado”, enfatiza.

Ab'Saber compara o número de citologias realizadas no laboratório da Fosp ao ano, em relação aos 60 mil exames realizados no segundo laboratório do estado, sediado em Botucatu (SP). “São quatro vezes mais exames do que o número realizado no laboratório de Botucatu. Portanto, quem faz afirmações de que somos ultrapassados e ociosos não conhece de saúde pública, desconhece a Fosp”.

O Oncocentro consome aproximadamente R$ 600 mil por mês, segundo dados da direção da Fosp. O valor representa 0,05% do orçamento da Secretaria de Estado da Saúde com a administração indireta.

O deputado estadual Emidio de Souza (PT) enviou um requerimento de informação ao secretário de Saúde, José Henrique Germann Ferreira, questionando o planejamento da pasta com relação ao Oncocentro. No requerimento, o petista questiona as razões do desmonte da instituição, além de cobrar informações sobre os recursos destinados nos últimos anos e perguntar se há previsão de ampliação dos investimentos.

Outro lado

O governo paulista, por meio da assessoria de imprensa da SES, afirmou que “preza pelo uso racional dos recursos públicos e tem realizado estudos técnicos para otimizar sua rede, de forma a garantir estruturas mais completas e eficazes para atender a população”. Também disse que um dos estudos “prevê o redirecionamento da demanda da Fundação Oncocentro de São Paulo (Fosp), que atualmente encontra-se ociosa”, e que a “atuação inicialmente prevista para a Fosp já está incorporada pela rede há anos, à medida que o SUS paulista se fortaleceu”.

Com relação ao direcionamento, sem detalhar, o texto informa que “uma rede altamente especializada em Oncologia se sobrepôs ao papel inicial da instituição e passou a oferecer avanços na prática operacional e tecnológica”. Portanto, “a baixa demanda ainda existente na Fosp poderia ser absorvida por outros serviços mais estruturados, com plena garantia da assistência e direitos aos colaboradores”.

A pasta não esclareceu à reportagem sobre a existência de serviços similares no estado, o número de pessoas que, após retirada de um tumor, são submetidas a cirurgias reparadoras e necessidade de próteses no estado, tampouco o investimento nesse tipo de serviço.

A assessoria informou, por telefone, que questões referentes a estatísticas devem ser redirecionadas ao Ministério da Saúde, que também foi acionada pelo Saúde Popular por e-mail, mas não se manifestou até o fechamento da reportagem.

Editado por: Daniel Giovanaz
Conteúdo originalmente publicado em Saúde Popular
Tags: câncerradioagênciasus
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