Sem concurso

Artigo | Hospitais em SP desativam leitos por falta de médicos e enfermagem

Defasagem de médicos passa de 2 mil e profissionais da enfermagem é superior a 2800; concursados aguardam nomeações

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Déficit em 11 hospitais municipais é superior a 7 mil profissionais
Déficit em 11 hospitais municipais é superior a 7 mil profissionais - Foto: Divulgação/PMSP/Cristiane Cibele Gonçalves

Administrados pela Autarquia Hospitalar Municipal (AHM), 11 hospitais da rede estão funcionando há dois anos com leitos ociosas. O motivo é a falta de profissionais médicos e da enfermagem.

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Essa defasagem de profissionais da saúde se reflete no dia a dia. Usuários enfrentam longo tempo de espera para atendimento nos prontos socorros. Também há excessiva demora em conseguir uma cirurgia eletiva e virou rotina pacientes aguardarem internação em macas e cadeiras pelos corredores.

Leitos vazios

Dados colhidos do relatório do Tribunal de Consta do Município (TCM), de abril deste ano, revelam que a taxa média de ocupação de leitos foi de 80%, em 2018.

A situação é pior no Hospital Mário Degni, no Butantã, zona Oeste da capital. A unidade hospitalar tem 60% dos leitos ocupados. Isso quer dizer que os 40% restantes disponíveis estão desativados. No Hospital do Tatuapé, o quadro é ligeiramente melhor. Mesmo assim, mais de 1/4 dos leitos estão vazios à espera de pacientes.

O déficit nesses 11 hospitais é de mais de 7 mil profissionais, 2.225 delas correspondem a médicos e 2.800 relativas a  profissionais de enfermagem (enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem). Essa defasagem poderia muito bem ser minimizada, pois existem concursos da AHM em aberto, isto é, já realizados para essas duas e até mesmo outras funções.

Para suprir o déficit

Nas audiências públicas da Comissão de Saúde da Câmara Municipal, da qual sou integrante, temos, junto com entidades sindicais e movimentos sociais, cobrado com frequência da Secretaria Municipal de Saúde a nomeação dos profissionais concursados para suprir esse déficit.

Essas convocações acabariam com os desfalques de profissionais e aumentariam o número de leitos disponíveis para atender à população.

Apesar de até o momento não termos recebido manifestação oficial, vamos insistir questionando a gestão Bruno Covas. Até que imagens exibidas em reportagens na tevê, com pacientes espalhados em longarinas e macas pelos corredores de hospitais da nossa cidade, sejam cenas do passado.

* Juliana Cardoso é vereadora (PT-SP), vice-presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Criança e Adolescente e membro das Comissões de Saúde e de Direitos Humanos da Câmara Municipal de São Paulo.

Edição: Cecília Figueiredo