Eleições na Bolívia

Evo Morales reúne multidão no encerramento da campanha e enaltece avanço da indústria

Em El Alto, a 5 km da capital La Paz, atual presidente valorizou os avanços econômicos dos últimos 14 anos

Brasil de Fato | La Paz (Bolívia) |

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Apoiadores vestiram azul, a cor do Movimento ao Socialismo (MAS)
Apoiadores vestiram azul, a cor do Movimento ao Socialismo (MAS) - Foto: Reprodução/Twitter

O presidente Evo Morales reuniu uma multidão de apoiadores na noite desta quarta-feira (16) em El Alto, na região metropolitana da capital La Paz, no ato de encerramento de sua campanha para reeleição. Diante da multidão vestida de azul, branco e preto – cores do partido Movimento ao Socialismo (MAS) –, o candidato fez um discurso pautado nos avanços econômicos de seu governo. A expectativa do MAS era reunir um milhão de pessoas, mas não houve uma contagem oficial dos número de presentes.

“Antes importávamos fertilizantes, cimento, agora estamos exportando. Isso é industrialização. Estamos só começando. Imaginem o que pode ser a nossa indústria petroquímica, o lítio… estamos aqui por um projeto político de liberação, por um programa de desenvolvimento para o povo”, declarou. “Quando chegamos ao governo, La Paz não tinha um parque industrial: nós o instalamos”.

Morales também fez comparações com os governos anteriores, sem citar nominalmente o ex-presidente Carlos Mesa, seu adversário nestas eleições. “Quanto era o PIB [Produto Interno Bruto] per capita de La Paz em tempos neoliberais? Cerca de 880 dólares. Hoje são 2,5 mil dólares. Olhem como mudou a situação econômica do país, porque nós nacionalizamos os recursos, aumentamos a renda petroleira e investimentos no crescimento do nosso país. Tudo isso, graças à luta e ao voto do povo boliviano”, acrescentou.

"A vitória do povo boliviano nas eleições do próximo domingo será a derrota do imperialismo e dos vende-pátria, será a derrota do neoliberalismo, do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, da sua cartilha de privatizações. Será a vitória dos que se unem, organizam e mobilizam contra a submissão ao estrangeiro, contra a pobreza e a desigualdade", finalizou o presidente.

Cinco horas antes do pronunciamento do presidente, os apoiadores começaram a se concentrar em um conjunto de viadutos em construção no centro da cidade. Em um deles, foi montado o palco onde falaram, primeiro, candidatos a deputado e senador. Enquanto eles explicavam suas propostas, caixas de som no meio da multidão tocavam canções folclóricas da Bolívia e músicas da campanha de Morales. Era como se não importasse o que os outros dissessem: o presidente do Estado Plurinacional era a grande estrela do dia.

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Militância na concentração para o encerramento da campanha em El Alto. (Foto: Daniel Giovanaz)

Orlando Canceno, secretário-executivo do Conselho de Ferações Camponesas da Região de Los Yungas (Cofecay), afirma que o entusiasmo da população é o mesmo de 14 anos atrás, quando o então candidato do MAS foi eleito pela primeira vez. Segundo ele, a admiração que Morales inspira não é fruto apenas do seu carisma, mas de suas políticas.

“Apoiamos Evo porque ele trabalhou pela Bolívia. Em 13 anos, deu aula aos outros presidentes. Estamos bem economicamente, bem na saúde, bem na educação. Nenhum presidente fez nada parecido”, disse.

Antonia Coque Mendoza, eleitora do MAS desde 2005, resume em duas palavras a razão de seu apoio: “Crescimento econômico”. Desde que Morales assumiu, o Produto Interno Bruto (PIB) da Bolívia quadriplicou, e ela garante que a população vê esses números traduzidos na realidade.

As eleições gerais na Bolívia ocorrem no próximo domingo (20). Evo Morales lidera a disputa com 40% das intenções de voto. Carlos Mesa (Comunidade Cidadã) e Óscar Ortiz (Bolívia Diz Não) aparecem em segundo e terceiro lugar, respectivamente, com 22% e 10% da preferência do eleitorado.

Edição: Rodrigo Chagas