nas ruas

Chile: protestos contra aumento no transporte continuam após "estado de emergência"

Piñera decretou estado de emergência neste sábado (19); esquerda pede renúncia do presidente

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Segundo dados do governo, a repressão aos protestos já deixou mais de 160 pessoas feridas e cerca de 300 presas
Segundo dados do governo, a repressão aos protestos já deixou mais de 160 pessoas feridas e cerca de 300 presas - Cuerpo de Bomberos de Ñuñoa/Reprodução

Protestos no Chile contra o aumento da tarifa do Metrô de Santiago continuam após o presidente chileno Sabastián Piñera decretar estado de emergência na capital nesta madrugada. 

Em diversos pontos da capital, foram registradas marchas e panelaços neste sábado (19) marcando mais um dia de protestos contra a subida do preço no transporte público.

Após o decreto de estado de emergência de Piñera, forças de segurança reprimiram manifestações que aconteciam em várias áreas de Santiago como Plaza Maipú, Puente Alto e Plaza Baquedano. De acordo com o governo, cerca de 6 mil carabineros foram deslocados até a capital para "resguardar 50 pontos críticos" do Metrô.

O valor do bilhete subiu de 800 pesos para 830 pesos (1,13 dólares para 1,17 dólares) há cerca de duas semanas. Segundo o presidente do Sindicato do Metrô, Eric Campos, "os mais pobres terminam pagando grande parte do uso de um serviço quando, na verdade, nós entendemos que um transporte de qualidade com uma tarifa justa é um direito".

 


Forças de segurança reprimiram manifestações que aconteciam em várias áreas de Santiago (Foto: Reprodução)

Na sexta-feira, diversas estações de metrô da capital foram ocupadas por manifestantes, que foram reprimidos pela polícia. Segundo dados do governo, 308 pessoas foram presas, sendo que 11 civis ficaram feridos. Cerca de 40 estações metroviárias ficaram afetadas por conta dos episódios de violência, o que fez o metrô suspender as atividades neste sábado.

Piñera prepara plano para 'mitigar efeitos da alta no transporte'; esquerda pede renúncia

O presidente do Chile, Sebastian Piñera, anunciou também no sábado (19) a elaboração de um plano que, segundo o governo, busca "mitigar o efeito que a alta o preço da passagem do Metrô teve nos setores mais vulneráveis".

A declaração do mandatário vem após mais um dia de protestos contra o aumento na tarifa do Metrô e forte repressão por parte das forças de segurança chilenas. Na madrugada deste sábado, Piñera decretou estado de emergência no país para conter as manifestações.

Por sua vez, o presidente do Partido Comunista do Chile, o deputado Guilermo Teillier, condenou o decreto presidencial e afirmou que, se Piñera não pode governar, "o melhor seria que renunciasse e chamasse novas eleições".

"O presidente deve suspender o Estado de Emergência agora, porque o povo já não acredita nele. Tenho a impressão de que o povo não tem medo, não teme a repressão. Então, se ele [Piñera] está renunciando governar, [...] o melhor seria que renunciasse e chamasse novas eleições agora que o povo, com o sentimento que tem no dia de hoje, escolha um novo governante", disse o parlamentar.

Edição: Opera Mundi