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Geração de empregos no governo Bolsonaro fica abaixo da Era Lula

Dados do Caged mostram que salário dos brasileiros diminuiu em setembro

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O melhor setembro da história foi em 2008. Neste ano do governo Lula, foram gerados 282 mil empregos com carteira assinada
O melhor setembro da história foi em 2008. Neste ano do governo Lula, foram gerados 282 mil empregos com carteira assinada - Alan Santos/PR

Mesmo sem um programa para a geração de empregos, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) comemorou os dados apresentados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) com relação a abertura de novos postos de trabalho. No entanto, ele omitiu que seus números são abaixo da Era Lula. É o que veremos neste Fio da Meada.

Os dados do Caged mostram uma recuperação do emprego no mês de setembro de 2019: 157 mil novos postos com carteira assinada. Altas que ocorreram em julho de 2019, com 48 mil novos empregos e agosto, com 125 mil novos empregos.

O mês de setembro de Bolsonaro supera Temer em 2017 e 2018 e atropela Dilma em 2015 e 2016, quando esse mês registrou mais demissões do que contratações. Os números ainda são melhores que Dilma em 2014, quando a geração de empregos ficou positiva em 123 mil.

Os números foram comemorados por Bolsonaro, no Twitter: “MAIS EMPREGOS: segundo dados do Caged, foram gerados, em setembro, mais de 157 mil novos postos de trabalho, o melhor resultado para o mês em 6 anos”.

O recorte é proposital, quando comparado com a Era Lula, Bolsonaro perde sempre. Em setembro de 2003, o Brasil gerou 161 mil empregos com carteira assinada. De setembro de 2007 a setembro de 2011 a geração de empregos sempre esteve acima dos 200 mil. Aí incluindo Lula e Dilma.

O melhor setembro da história foi em 2008. Neste ano do governo Lula, foram gerados 282 mil empregos com carteira assinada. E não é apenas isso que pesa a favor do petista. A taxa de desemprego naquele ano foi de 6,8% apenas em um mundo em crise econômica.

Lembram que Bolsonaro afirmou que a geração de empregos era a maior em seis anos? O que ele não contou é que em 2014 foram gerados apenas 123 mil empregos dentro de uma taxa de desemprego de apenas 4,8%. Segundo o IBGE, o desemprego no país atualmente é de 12%.

Portanto, ao enaltecer a geração de empregos, também tem que se considerar que o número de desempregados é maior hoje do que era anteriormente. Ou seja, seria necessário mais empregos para fazer frente ao desemprego.

Outro dado omitido pelo presidente: o salário diminuiu. “O salário médio de admissão em Setembro/2019 foi de R$1.604,60 e o salário médio de desligamento foi de R$1.788,94. Em termos reais (mediante deflacionamento pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC), houve diminuição de -0,74% no salário de admissão”, admite o Caged.

O trabalho intermitente também avançou. “Em Setembro de 2019, houve 12.169 admissões e 6.154 desligamentos na modalidade de trabalho intermitente, gerando saldo de 6.015 empregos”. Já mostramos que essa modalidade reduz o salário do trabalhador em relação a carteira assinada com emprego pleno.

 

Edição: Lia Bianchini