A privatização mata. É o que prova a mineradora multinacional Vale, após os dois maiores crimes socioambientais do Brasil, nos anos de 2015 e 2019, contabilizando 292 mortes.
A luta contra as privatizações e pela soberania são fundamentais no Brasil, e se intensificam depois da realização do Seminário Nacional em Defesa da Soberania Nacional e Popular, realizado em Brasília no mês de setembro. Ali nasceu a Frente Parlamentar em Defesa da Soberania e foram definidas diversas pautas das lutas no Brasil.
A luta pela reestatização da Vale é uma das principais. O crime da mineradora em Brumadinho escancarou a incompetência e imprudência da multinacional e as muitas mortes que a privatização tem trazido ao nosso país.
Atualmente, segue em debate no Judiciário o processo de privatização da empresa com denúncia de irregularidades. A mineradora foi ‘vendida’, em 1997, por R$ 3,3 bilhões – quando somente seu patrimônio valia mais de R$100 bilhões. Ou seja, uma entrega de um bem do povo brasileiro para empresas privadas.
Denunciamos a postura da Vale em sua relação com o Brasil: sonegando impostos; negligenciando a segurança nos processos de extração e transporte de minérios; e causando morte de trabalhadores e destruição do meio ambiente. A Vale privatizada usa a lógica do lucro acima das vidas. Justamente por não cumprir seu papel no desenvolvimento nacional que precisa ser reestatizada, estar sob o controle do Estado, da população brasileira.
No dia 5 de novembro, quando completam 4 anos do crime da Vale na Bacia do rio Doce, reafirmamos também o Dia de luta pela Soberania e pela Reestatização da Vale. A Vale é do povo brasileiro, o lucro não vale a vida!
*Joceli Andreoli é integrante da Coordenação Nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB)
Edição: Rafael Tatemoto
