Rio Grande do Sul

FUNCIONALISMO

Mais de mil escolas aderem à greve dos professores do RS, aponta o Cpers Sindicato

Paralisação iniciou na segunda-feira (18) em repúdio ao pacote de Eduardo Leite que corta direitos dos servidores

Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) |
Nos próximos dias, a categoria espera pressionar os deputados a rejeitarem as propostas do pacote
Nos próximos dias, a categoria espera pressionar os deputados a rejeitarem as propostas do pacote - Foto: Caco Argemi / CPERS Sindicato

Após dois dias de greve dos professores da rede pública gaúcha, o Cpers Sindicato divulgou, nesta terça-feira (19), um levantamento apontando que cerca de 70% dos trabalhadores da educação engajaram-se na paralisação. Dados de 37 dos 42 núcleos do sindicato indicam que pelo menos 601 instituições de ensino já aderiram totalmente à mobilização e 575 atendem parcialmente. Entre as parciais, muitas escolas funcionam com apenas 5% dos quadros.

Conforme o sindicato, diversas escolas ainda realizam reuniões para deliberar a participação na greve e a tendência é de novas adesões durante a semana. “É um movimento crescente. Como muitas das escolas paredistas são as maiores de suas regiões, o percentual da categoria que cruzou os braços é seguramente mais elevado”, afirma a presidente Helenir Aguiar Schürer.

Para a Secretaria Estadual da Educação (Seduc), o número de instituições com atividades suspensas é menor. Até o final da tarde de terça-feira (19), os dados do governo indicam que 208 escolas seguem com as atividades completamente suspensas e outras 252 tiveram adesão parcial de professores. O Estado conta com 2,5 mil instituições de ensino.

A greve dos educadores iniciou nessa segunda-feira (18), denunciando o ataque aos direitos dos professores gaúchos com o pacote do governo Eduardo Leite (PSDB), que corta direitos do funcionalismo público estadual. Também reivindicam receber o salário em dia, reajuste imediato e a derrubada dos projetos de destruição da escola pública. 

Nos próximos dias, a categoria espera pressionar os deputados a rejeitarem as propostas do pacote, chamado Reforma RS, que foi protocolado pelo governo no dia 13 de novembro na Assembleia Legislativa gaúcha. Na sexta-feira (22), serão realizadas marchas pela educação, com caminhadas até as Coordenadorias Regionais de Educação (CREs) em todos os núcleos do sindicato, para entrega de documento exigindo a retirada dos projetos. Na terça-feira (26), acontece uma nova assembleia geral de mobilização do Cpers, às 13h30, na Praça da Matriz.

Pacote atinge todo o serviço público

A assembleia, na Igreja Pompéia em Porto Alegre, lotou de servidores estaduais / Foto: Katia Marko

O Reforma RS não atinge somente o magistério, mas o funcionalismo gaúcho como um todo. Engloba projetos que preveem o fim de direitos e vantagens, fim da incorporação de gratificações na aposentadoria, achatamento da carreira e congelamento de salários por tempo indeterminado, além da taxação de aposentados que ganham menos.

Em assembleia dos servidores públicos realizada no dia 14 de novembro, foi aprovada uma paralisação no dia 26 de novembro (terça-feira), com a realização de assembleias setoriais para referendar uma greve por tempo indeterminado contra o pacote Reforma RS. No mesmo dia, um grande ato em repúdio ao pacote, organizado pela Frente de Servidores Públicos do Rio Grande do Sul (FSP/RS), reuniu milhares de servidores públicos gaúcho em frente ao Palácio Piratini.

Edição: Marcelo Ferreira