veneno na mesa

"Quem precisa de agrotóxicos?": Evento em SP no dia 23 questiona tese dos ruralistas

Palestra de Adilson Paschoal marca a reedição do seu livro "Pragas, Agrotóxicos e a Crise Ambiente"

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Ativistas da Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e pela Vida participam de ato no Dia Internacional de Luta contra os Agrotóxicos
Ativistas da Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e pela Vida participam de ato no Dia Internacional de Luta contra os Agrotóxicos - Fernando Frazão/Agência Brasil

A reedição do livro "Pragas, Agrotóxicos e a Crise Ambiente: problemas e soluções", de Adilson Dias Paschoal pela editora Expressão Popular, 40 anos depois de sua primeira publicação, em 1979, consolida a sua importância e a atualidade do tema. No dia 3 de outubro, o governo federal a liberou novos tipos de agrotóxicos, ao passo que a sociedade amplia o debate sobre a alimentação saudável.

Paschoal foi pioneiro ao cunhar o termo “agrotóxico” atrelado ao pacote tecnológico da agricultura químico-industrial, tratando-os como partes inseparáveis de um processo de mecanização intensa. Ele questiona a hipótese defendida pelos ruralistas segundo a qual, sem veneno, não é possível produzir em larga escala e alimentar a população.

O professor da Universidade de São Paulo (USP) realiza, no próximo sábado (23), a palestra “Quem precisa de agrotóxicos, afinal?", no lançamento da nova edição do livro "Pragas, Agrotóxicos e a Crise Ambiente: problemas e soluções". O evento ocorre no Parque da Água Branca, zona oeste da capital paulista, a partir das 10 horas.

Em seu livro, Paschoal escreve que é difícil prever quando e como a agricultura convencional deixará de usar agrotóxicos. Para tanto, será preciso mudar as técnicas de cultivo.

No livro, ele é categórico: “O que se sabe é que este modelo suicida não pode durar para sempre. É só uma questão de tempo. Não podemos ignorar, entretanto, que por mais reais e convincentes que sejam esses dados de perdas causadas pelas pragas, eles não justificam o volume fantástico de agrotóxicos colocados pelo homem na biosfera”.

Uma das referências em estudos sobre o tema, Ana Primavesi também participará do evento.
 

 

 

Edição: Julia Chequer